Foto: PABLO KENNEDY / Futura Press/ESTADÃO CONTEÚDO
Márcio Didier Editor do Blog da Folha
A Operação Turbulência e os seus potenciais efeitos destrutivos provocaram um efeito colateral nos políticos do Estado: o silêncio. Desde as primeiras horas da manhã, quando a ação da Política Federal foi deflagrada no Estado e em Goiás alguns telefones saíram de área, outros pediram para deixar fora disse e até os mais falantes nas redes sociais se calaram.
Citado pela delegada Andréa Pinho, da PF, o senador Fernando Bezerra Coelho só divulgou nota negando as acusações só após ter conhecimento de todo o trecho em que foi citado. Às 15h40 a sua assessoria soltou uma nota curta, de dois parágrafos repudia as citações.
Nos 30 minutos da sessão desta terça-feira (21) da Assembleia Legislativa de Pernambuco nenhuma referência, por mínima que seja, à operação. Nem governo, nem oposição. Todos ficaram mudos. Votaram o que tinha que votar, fizeram os pronunciamentos já agendados e só.
No governa, a situação não foi diferente. Os poucos que atenderam telefone informaram que não havia nada a declarar. E tinham até desculpa para não se alongar na conversa: “O governador (Paulo Câmara) está em Fortaleza, por tanto não tem muito o que comentar”, disse um deles.
Partido que foi comandado pelo ex-governador Eduardo Campos até a sua morte, o PSB só foi se pronunciar no final da tarde, às 16h58. Logo cedo, procurada, a assessoria do partido no Estado jogou afirmou que quem tratava da campanha do PSB à Presidência era “a nacional”. A “nacional”, por sua vez, informou que se tivesse alguma coisa. E só se posicionou no fim da tarde.
O silêncio de uma classe tão falante, como a política, tem lá suas razões: ainda é impossível mensurar o tamanho ou as consequências e, até, todos os personagens envolvidos nessa investigação ou outras que dela derivar. Usam a máxima de que cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém. Nem aos políticos.