Bolsonaro deu a declaração no final da tarde, na portaria do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, enquanto conversava com jornalistas e apoiadores.
“Presidente, hoje tivemos mais de 300 mortes [são 113; depois de divulgar, o Ministério da Saúde corrigiu]. Quantas mortes o senhor acha que…”, perguntava um jornalista quando Bolsonaro o interrompeu.
“Ô, cara, quem fala de… Eu não sou coveiro, tá certo?”, declarou o presidente.
O repórter, então, tentou fazer novamente a pergunta.
“Não sou coveiro, tá?”, repetiu o presidente da República.
Pela manhã, ao sair do Palácio da Alvorada, ao fazer um comentário sobre a epidemia, Bolsonaro disse que 70% da população será contaminada e “não adiante querer correr disso”.
“Aproximadamente 70% da população vai ser infectada. Não adianta querer correr disso. É uma verdade. Estão com medo da verdade?”, afirmou.
Segundo ele, “houve uma potencialização das consequências do vírus”.
“Levaram o pavor para o público, histeria. E não é verdade. Estamos vendo que não é verdade. Lamentamos as mortes, e é a vida. Vai morrer”, afirmou.
No último dia 29, após voltar de um passeio por Brasília, Bolsonaro repetiu o argumento de que todos vão “morrer um dia” e disse que para se enfrentar o vírus é necessário agir “como homem”.
“Essa é uma realidade, o vírus tá aí. Vamos ter que enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, porra. Não como um moleque. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós iremos morrer um dia.”