Renata Bezerra de Melo
Folha de Pernambuco
O primeiro semestre de 2017 pode dar saudade de 2016. É o que apostam alguns membros do Congresso Nacional. O ano em que escancarou-se o “Setor de Operações Estruturadas” da Odebrecht, vulgo “departamento de propinas”, não foi suficiente para comportar todo o maremoto, que desaguou no impeachment de uma presidente da República, no afastamento e cassação de um presidente da Câmara Federal e no quase afastamento de um presidente do Senado. Esse brevíssimo resumo dos fatos coube em menos de 366 dias, bem menos. E ainda restou um passivo, arrastado para o novo ano, que já nasce velho. Nos corredores da Câmara Federal e do Senado, a virada se dá sob expectativa da delação premiada de Eduardo Cunha, a qual, para muitos, significa que nada está tão ruim que não possa piorar.
No ano em que o legislativo apareceu judicializado e o judiciário politizado, ex-auxiliares de Dilma Rousseff acabaram absorvidos pela gestão Michel Temer, que, em seis meses, perdeu seis ministros. A Reforma da Previdência acabou empurrada para o ano que entra, o qual, em tese, deveria servir de palco para presidenciáveis, cotados para 2018. No entanto,
pode não interessar a eles tanta vitrine, no momento que estão, desde já, no mesmo barco, capaz de naufragar a qualquer hora, resultando apenas em terra arrasada. A economia segue carecendo de confiança em cenário desfavorável. E um dos principais motes das críticas disparadas contra a ex-presidente Dilma Rousseff, a falta de relação com o Congresso, é ponto superado pelo atual presidente, Michel Temer, que, no entanto, já enfrenta críticas, exatamente, por dar atenção
demais ao Congresso em detrimento de governadores e prefeitos. Se tem o controle congressual, Temer segue apostando que “2017 será o ano em que derrotaremos a crise”. E a esperança continua sendo a última que morre.
Foi uma aposta de Temer, em seu pronunciamento, que “2017 será o ano em que derrotaremos a crise”. A conferir…
Continua…