MPCO alerta prefeitos para regras da transição municipal…

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Os atuais prefeitos, especialmente os derrotados nas urnas nas eleições municipais, ao não se reelegerem ou não fazerem sucessor, devem ficar atentos, pois os gestores eleitos têm direito inquestionável a uma comissão municipal, além de acesso a todas as informações da Prefeitura, inclusive contratos e contas bancárias. O alerta é feito pelo procurador-geral do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO), Cristiano Pimentel.

Ao receber o prefeito eleito de Bom Jardim, João Lira (PSD), o procurador entregou ao futuro gestor o Manual de Encerramento e Transição de Mandato Municipal, publicado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em 11 de agosto. O documento é um trabalho desenvolvido pelos técnicos do TCE para orientar os prefeitos que saem e os novos gestores.

“O objetivo do Manual é evitar aquelas situações pitorescas de entregar uma prefeitura a um adversário sem arquivos, sem computadores, sem informações. Existe uma lei complementar em Pernambuco que dá direito ao prefeito eleito a ter uma transição ordenada. O TCE e o MPCO irão vigiar as transições, que devem ser feitas de forma transparente e republicana”, afirma Pimentel.

De acordo com o órgão, existem regras “claras e duras” para os prefeitos que estão saindo não deixarem os municípios em situações financeiras complicadas. Até mesmo normas no Código Penal vedam condutas dos prefeitos nos últimos meses do mandato, como contrair novas despesas sem ter dinheiro em conta corrente para quitação.

“O Código Penal e a Lei de Crimes Fiscais têm normas claras sobre o que não pode ser feito. Caso o TCE identifique problemas nos últimos meses de mandato, irá mandar cópia das contas para o procurador geral de Justiça processar criminalmente os prefeitos que estão encerrando o mandato”, alerta Pimentel.

O Manual está sendo enviado pelo presidente do TCE, Carlos Porto, a todos os atuais e futuros prefeitos. Também pode ser baixado na íntegra, no site do TCE, por qualquer cidadão. “Os atuais prefeitos têm obrigação de fazer a transição ordenada com os eleitos. Não é favor, é lei”, destaca Cristiano Pimentel. (Blog da Folha)