O Ministério Público de São Paulo irá apurar suspeitas de irregularidades na emissão de alvará para construção do Templo de Salomão, complexo religioso da Igreja Universal que será inaugurado nesta quinta-feira (31) na Avenida Celso Garcia, na Zona Leste de São Paulo. Está prevista a participação da presidente Dilma Rousseff.
De acordo com a investigação, o templo que custou R$ 680 milhões foi erguido com um alvará para reforma. O espaço poderá receber 10 mil fieis sentados.
Entretanto, a característica do empreendimento exigiria um alvará para construção. Com a documentação obtida, a Igreja Universal conseguiu economizar nas contrapartidas exigidas pela Prefeitura, segundo a investigação.
O MP aponta que a Universal tinha permissão para fazer uma reforma acrescentando construção de 64.519 metros quadrados no terreno. Entretanto, de acordo com o MP, na realidade ela demoliu um imóvel de 2.687 metros quadrados que existia na área.
Procurada pelo G1, a Prefeitura de São Paulo não havia se manifestado até a publicação da reportagem. A assessoria de imprensa da Universal também não respondeu aos questionamentos da reportagem.
O inquérito instaurado pela Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital também vai analisar as contrapartidas exigidas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) em relação ao tráfego na região e as formas de mitigação do impacto gerado pelo funcionamento do Templo.
A autorização foi fornecida pelo antigo Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov), departamento da Secretaria de Habitação, setor que era responsável pelas emissões de alvarás e coordenado pelo ex-diretor Hussen Arab Assef, suspeito de enriquecimento ilícito e irregularidades na aprovação de empreendimentos imobiliários.
Continua…