Deputados federais e estaduais de vários estados que representam policiais militares se reúnem, hoje, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), para um movimento contra a inclusão de PMs e bombeiros militares na reforma da Previdência. Eles devem seguir as mesmas regras que os integrantes das Forças Armadas, cujo texto deve chegar ao Congresso no próximo dia 20. O objetivo principal é mobilizar os policiais do Nordeste contra a proposta.
“Teremos parte da bancada da bala aqui no Estado. Nossa intenção é fazer esse trabalho de orientação aos militares e de debater essa possível reforma. Esse movimento vai ser importante para mostrar que os militares do Nordeste são contrários à reforma”, explica o deputado estadual Joel da Harpa (PP), que organiza a audiência pública no Legislativo pernambucano.
Devem participar do evento os deputados federais Subtenente Gonzaga (PDT-MG) e Capitão Alberto Neto (PRB-AM), e os deputados estaduais Soldado Prisco (PSC-BA), Capitão Samuel (PSC-SE) e Cabo Bebeto (PSL-AL).
Segundo Joel, a mobilização dos policiais ajudou a fazer com que os militares ficassem de fora da proposta de reforma da Previdência apresentado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), que não chegou a ser votado. Na época, ele lembra que a mobilização tinha o apoio do hoje presidente Jair Bolsonaro (PSL).
“Militar não tem FGTS, não tem hora extra, não tem periculosidade, não tem vários direitos que o civil tem. Além disso, o serviço do policial é totalmente diferente do serviço do militar federal. A característica do trabalho é diferente. O militar federal não trabalha na rua, não trabalha no contexto da segurança pública no dia-a-dia”, defende.
Em um discurso na semana passada, o deputado Isaltino Nascimento (PSB), líder do governo no Legislativo, tratou as regras específicas para militares como um desafio.
“Nós vamos ter um problema grave nos estados que é uma previdência diferente para policial militar e corpo de bombeiros e outra para policiais civis. E são todos da área de segurança pública”, projetou. (Folha de Pernambuco)