Elio Gaspari – Folha de S.Paulo
O ministro Sergio Moro está na frigideira.
Entrou nela porque:
Bolsonaro acredita que ele é candidato a presidente.
O ministro acha que sua esperteza é tamanha que pode ser contra e a favor de medidas apresentadas pelo Planalto.
Aparece onde não deve (em Lisboa) e não aparece onde deve (nas bolas divididas de Brasília).
Esses motivos podem parecer insuficientes, mas uma cena demonstra que ele está fora da fotografia.
Quem se lembra do café da manhã de Bolsonaro com os presidente da Câmara, do Senado e do Supremo sabe que à mesa estavam sucos, pães e os ministros da Casa Civil, da Fazenda e da Segurança Institucional. O ministro da Justiça não estava na mesa.
Ele ficou fora de todas as conversas sobre esse pacto em torno de sabe-se lá o quê.
É provável que Moro seja mandado para o Supremo. A questão é saber se ele fica (ou aguenta ficar) no ministério até novembro do ano que vem, quando surgirá a primeira vaga.