Hoje, a partir das 10h00 na cidade de Taquaritinga do Norte, no Agreste Setentrional pernambucano, haverá a celebração de uma Missa Solene, na igreja matriz de Santo Amaro, presidida pelo bispo diocesano de Petrolina, Manoel dos Reis, em comemoração aos 100 anos de nascimento do filho ilustre (falecido em 2000), o monsenhor Jonas Menezes e Silva. Após o ato litúrgico, várias homenagens serão prestadas ao inesquecível sacerdote, a cargo de religiosos, políticos e o povo em geral.
Em João Alfredo, onde o religioso, empreendedor e grande educador deixou grande obra durante mais de 40 anos vividos na “Cidade Feliz”, haverá outra celebração presidida pelo bispo emérito de Nazaré da Mata, Jorge Tobias de Freitas, a partir das 9h00, na igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição. Para o dia 28 de março, a celebração da Santa Missa será na capela do Seminário Nossa Senhora de Lourdes, em Surubim, a cargo do bispo diocesano de Nazaré da Mata, frei Severino Batista de França.
Biografia
Monsenhor Jonas Menezes e Silva nasceu em Taquaritinga do Norte – PE, no Sítio Cajá, no dia 20 de fevereiro de 1914. Seus pais eram Severino Malaquias de Menezes e Ana Pedro Menezes.
Iniciou o curso primário na escola particular da professora Amara Mestra. Depois fez a primeira e segunda séries na escola estadual da professora Carminha, que funcionava na cidade de Taquaritinga do Norte. Estudou a terceira e quarta séries no Colégio Salesiano do Recife (1931/1932). Entrou para o Seminário de Olinda no dia 02 de março de 1933.
Ordenou-se sacerdote no dia 20 de setembro de 1942, pelas mãos do bispo diocesano de Nazaré da Mata, Ricardo Vilela, em solenidade realizada em sua terra natal. No dia seguinte celebrou sua primeira missa.
Em 1943 foi cooperador do monsenhor Luiz Ferreira Lima, em Nazaré da Mata, durante um mês. Depois foi coadjutor da Paróquia de Timbaúba. Foi nomeado pároco de Macaparana em janeiro de 1944. Em 1945 assumiu como pároco da recém criada Paróquia de Santa Maria do Cambucá, onde iniciou a construção da igreja matriz.
Tomou posse na Paróquia de João Alfredo no dia 13 de abril de 1952, recebendo a estola das mãos do seu velho vigário, o cônego Manuel da Rocha Carvalho, o mesmo que o enviou para o seminário.
Encontrando em João Alfredo um alto índice de analfabetos, monsenhor Jonas Menezes e Silva fundou as Escolas Paroquiais Dom Bosco, chegando a atingir o número de 43 unidades com o total de mais de 800 alunos. Reorganizou as Escolas Profissionais; Sociedade Musical Dom Bosco; Escola de Corte, Costura e Bordado; e a Escola de Sapataria.
No final de 1954 iniciou a construção da nova igreja matriz. Também fundou o Posto de Higiene para atendimento às parturientes e crianças e o fez funcionar por mais de dez anos. Incentivado pelo bispo Carlos Coelho, legalizou e renovou o Patrimônio de Nossa Senhora das Dores, em Salgadinho, por ação de usucapião em 1958.
Fundou o Ginásio Nossa Senhora Auxiliadora, em março de 1959. Construiu e fez funcionar o Cine Paroquial, localizado ao lado da igreja matriz. A partir de 1953 monsenhor Jonas Menezes e Silva incentivou o trabalho vocacional, fazendo a Paróquia de João Alfredo sempre ocupar o primeiro lugar.
No dia 21 de agosto de 1961 foi transferido para a Paróquia de Surubim, onde deu início e deixou quase pronta a matriz de São José e ampliou a planta da capela de São Sebastião, promovendo campanhas para a construção do citado templo. Depois foi nomeado diretor do Colégio São José, em Nazaré da Mata, tornando-se também reitor do Seminário Menor Nossa Senhora de Lourdes, daquela diocese.
Com o fechamento do Colégio São José, em 1968, monsenhor Jonas Menezes voltou a João Alfredo, trazendo consigo uma considerável turma de seminaristas que estudavam naquele educandário. Em João Alfredo o monsenhor deu continuidade ao Seminário Menor até o mês de fevereiro de 1972, quando a escola foi transferida para Surubim. Também construiu a Casa Paroquial, inaugurada em 1988.
No dia 11 de junho de 1989 recebeu o Título de “Cidadão de João Alfredo”, proposto através de resolução de autoria do ex-vereador Afonso Ferreira Gomes.
Renunciou o comando da Paróquia de João Alfredo no início de 1993, através de carta enviada ao então bispo diocesano Jorge Tobias de Freitas. Dias depois o bispo diocesano de Nazaré da Mata nomeou o monsenhor Jonas Menezes e Silva como “Pároco Emérito” de João Alfredo, título que o sacerdote recebeu até sua morte ocorrida no dia 20 de julho de 2000, em Recife.
O “Patriarca de Batina”
Monsenhor Jonas Menezes e Silva foi pároco de João Alfredo durante vários anos, participando do crescimento da cidade, construindo igrejas (matriz e capelas), escolas, formando várias gerações de joãoalfredenses.
Marcou profundamente a memória dos familiares e dos seus contemporâneos, pela exemplaridade de suas atitudes retilíneas e dignas. Em determinada época, também participou da vida política, indicando e elegendo candidatos a variados cargos públicos.
Corporificou a figura do “patriarca de batina”, assumindo as responsabilidades de orientação e manutenção de seminário e paróquias, a todo mundo assistindo com apoio material, conselhos, estímulos e exemplos, fazendo-os chegar à plenitude existencial.
Foi um homem que venceu na vida, que viveu bem, riu muitas vezes e amou muito ao próximo; que conquistou o respeito de homens inteligentes e o amor das crianças. Monsenhor Jonas preencheu um lugar e cumpriu sua missão.
Deixou o mundo melhor do que o encontrou, seja uma flor, um poema perfeito ou a salvação de almas. Procurou sempre o melhor nos outros e deu o melhor de si mesmo, em todos os instantes de sua existência.
Provou que se pode viver no mundo uma vida magnífica, quando se sabe trabalhar e amar; trabalhar pelo que se ama e amar aquilo em que se trabalha.
Monsenhor Jonas Menezes e Silva afigurou-se como um sacerdote preocupado com a preservação dos valores mais tradicionalmente brasileiros. Viveu as mudanças do tempo em nossa querida cidade. É exemplo de pessoa inspirada pela inabalável vocação do sacerdócio cristão, na defesa dos valores familiares.
Viva o monsenhor Jonas Menezes e Silva !
Que sua obra se perpetue e chegue ao conhecimento de todas as gerações futuras.