O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, afirmou em entrevista a uma emissora do Piauí divulgada nesta terça-feira (23) que irá acabar com o “coitadismo” do negro, da mulher, do gay e do nordestino no país. Ele havia sido questionado sobre se o combate ao preconceito poderia ser uma política de governo.
“Eu lembro do Morgan Freeman, o ator negro norte-americano. Perguntaram para ele: ‘Como combater o racismo?’ Ele falou: ‘Não tocando no assunto’. Quando eu era garoto, não tinha essa história de bullying. O gordinho dava pancada em todo mundo, hoje o gordinho chora. Acontecem brincadeiras desde criança. Elas estão ali se moldando, moldando o caráter. Você não tem que ter um política para isso. Isso não pode continuar existindo”, afirmou, em entrevista à TV Cidade Verde, afiliada do SBT no Piauí. Ele tenta conquistar eleitores no Nordeste, onde perde para Fernando Haddad (PT), seu adversário no segundo turno.
Sua fala foi gravada em sua casa, no Rio, onde Bolsonaro se recupera de uma facada na barriga. O ataque ocorreu em 6 de setembro. Ele foi liberado pelos médicos para participar de debates, mas decidiu não ir aos encontros com Haddad por estratégia política.
O capitão reformado do Exército disse, na sequência, que, no Brasil, “tudo é coitadismo”. “Coitado do negro, coitada da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino. Coitado do piauiense. Tudo é coitadismo no Brasil, nós vamos acabar com isso”, declarou.
O candidato também foi perguntado se as políticas afirmativas reforçavam o preconceito. “Reforçam, não há a menor dúvida. Por exemplo, a política de cotas no Brasil está completamente equivocada. 70% dos afrodescendentes que entram pela política de cotas são bem de vida. Você tem que ter uma cota social, onde você inverte isso daí. Você vai atender em 70% o afrodescendente pobre”, afirmou.