A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, desistiu, ontem (1º), do pedido para acumular o salário integral do cargo que ocupa, atualmente, com a aposentadoria de desembargadora. A pasta informou que já foi formulado um requerimento pedindo a desistência da solicitação apresentada, no início de outubro, pela ministra à Casa Civil.
A aposentadoria bruta da ministra é de R$ R$ 30.471,10 e o seu salário mensal é de R$ 30.934,70. Com a regra de abate do teto salarial, no entanto, ela recebe R$ 33.700, o que equivale ao salário bruto dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Caso o pedido fosse deferido, a ministra passaria a receber R$ 61,4 mil.
Na solicitação, cujo conteúdo foi publicado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e confirmado pela reportagem, ela afirma que o trabalho executado sem a correspondente contrapartida “se assemelha a trabalho escravo”. A ministra justificou que o pedido foi feito porque o cargo impõe gastos para “se vestir com dignidade” e “usar maquiagem”.
“Como vou comer, beber e calçar? Só no meu IPTU em Brasília pago mais de R$ 1 mil. E tenho meu apartamento em Salvador, que pago uma pessoa para cuidar. Sou aposentada, poderia me vestir de qualquer jeito e sair de chinelo na rua, mas, como ministra de Estado, não me permito andar dessa forma.”, justificou.
O pedido foi alvo de critícas no Palácio do Planalto. O presidente Michel Temer não pretende, pelo menos por enquanto, afastá-la do cargo por conta da polêmica, mas a leitura é que o episódio desgasta a imagem dela. (Folhapress)