O Ministério Público Eleitoral pediu a abertura de um processo na Justiça Eleitoral por propaganda irregular cometida pelo advogado Antônio Campos, o irmão do falecido ex-governador Eduardo Campos.
Elaborada pelos promotores eleitorais Cristiane Correia e Sérgio Souto, a representação, protocolada a partir das denúncias divulgadas na mídia, foi feita na última sexta-feira (10) à 10ª Zona Eleitoral de Olinda. A denúncia se sustenta na mensagem enviada durante o período da Páscoa aos telefone pessoais de vários olindenses, na qual ele, que já se coloca como pré-candidato à prefeitura, fala da sua “disposição em trabalhar” por uma “Olinda melhor”.
Na gravação com a sua própria voz, ele usa a frase dita pelo irmão no Jornal Nacional, na sua última entrevista, e que marcou a campanha presidencial de Marina Silva, após a tragédia: “Não vamos desistir de Olinda”. Campos se apresenta como irmão do líder socialista e neto do ex-governador Miguel Arraes.
“Nesse período de Páscoa, época de mudança e renovação, venho desejar paz e saúde a você e a sua família. Expressar minha disposição de trabalhar por uma Olinda melhor. Olinda merece um novo tempo. Vamos juntos construir um caminho de esperança e crescimento. Não vamos desistir de Olinda”, diz a mensagem.
Antônio Campos espalhou outdoor por Olinda no dia do aniversário da cidade. Foto: reprodução Pinga-Fogo.
Por ocasião do 480º aniversário de Olinda, comemorado em março, Antônio Campos espalhou vários outdoors, em todas as entradas e saída da cidade, parabenizando os moradores pela data comemorativa. Ao lado da sua foto, lê-se: “Parabéns pelos 480 anos da cidade das artes. Não vamos desistir, Olinda pode mais. Antônio Campos”. Caso ele seja enquadrado na lei de propaganda antecipada, o advogado pode receber multas.
Procurado, Antônio Campos preferiu se pronunciar por e-mail: “Em diligência à Justiça Eleitoral, até o início da tarde, não foi localizada a aludida representação. Reservo-me ao direito de falar sobre o assunto após ser notificado. Uma mensagem de Páscoa e debater os problemas de uma cidade não caracterizam campanha antecipada até porque faltam um ano e 6 meses para as eleições”.
Ele destacou ainda que a propaganda antecipada só se caracteriza por meio de pedido expresso de voto. “O que no caso em concreto não houve, pois não houve menção a candidatura em Olinda e nem pedido de voto”, pontuou.