Miguel volta a falar em 2024 e defende privatização da Compesa

Em entrevista à Rede Pernambuco de Rádios, ontem (9), o ex-prefeito de Petrolina e ex-candidato a governador, Miguel Coelho (UB), reforçou que ele e seu grupo político serão “voz ativa” nas eleições municipais de 2024. Há menos de um mês, Miguel havia afirmado que a população do Recife estaria “de certa forma, impaciente” pela resolução de demandas do cotidiano e que, segundo suas análises, “quer também alguém que traga bagagem política e administrativa”. As declarações abriram possibilidades para que o ex-deputado estadual pudesse pensar em projetar uma eventual candidatura à prefeitura da capital.   As informações são do Diário de Pernambuco. 
Ontem, no entanto, Miguel reformulou o tom em relação à fala anterior, tendo reforçado que o União Brasil vai buscar, em um primeiro momento, expandir seu alcance político. “Não ficaremos em silêncio no Recife devido à importância, liderança política e econômica que a cidade tem, e que reverbera por todo o estado. E não apenas lá, mas também estaremos presentes no Jaboatão, na Região Metropolitana, no próprio Agreste e no Sertão”, afirmou. 
Tímida
Foi a palavra que Miguel Coelho usou para definir a sua atuação política após não obter êxito no pleito para o governo do estado e deixar o comando de Petrolina. “Nós continuamos na política de uma forma mais tímida, mas é claro que continuamos atuando nos bastidores para poder defender os interesses de todo o Pernambuco”, disse.
Privatizações
O ex-prefeito sertanejo também defendeu aquele que foi um dos principais motes de sua campanha na corrida eleitoral de 2022: as privatizações. A princípio, mencionou a Compesa, ao pontuar que a companhia responsável pelos serviços de distribuição de água e saneamento no estado “é uma empresa muito grande, com bons quadros técnicos, mas de mentalidade está ultrapassada”. “Defendo que a Compesa passe por um processo, seja de concessão, seja de PPP, seja qual for a modalidade. Acreditar que apenas injetar dinheiro público por parte do governo do estado resolverá a situação não é viável”, opinou.
Sobre outros órgãos e equipamentos, como o metrô e as rodovias estaduais, Miguel disse ser “importante manter vivo o debate a respeito das concessões”. “Essa é a única maneira que o governo tem para obter recursos substanciais e poder investir em educação, segurança, infraestrutura e saúde social”, concluiu.
Com a soma das últimas declarações, Miguel se distancia do grupo político da governadora Raquel Lyra (PSDB), a quem dedicou apoio no segundo turno, quando ainda era candidata. Vale lembrar que um dos nomes mais fortes do União Brasil no Recife, Mendonça Filho, chegou a dividir chapa com a atual vice-governadora, Priscila Krause (Cidadania), em 2020.
A possibilidade de aliança no Recife e em outras cidades da Região Metropolitana  ainda não está descartada, mas deverá ser ponto de atenção para o grupo político de Raquel nos próximos meses, caso a ex-prefeita de Caruaru também queira quebrar a hegemonia do PSB em municípios com votação tradicionalmente em nomes socialistas.