Por Renata Bezerra de Melo – Ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho admite que a cidade, até pouco tempo gerida por ele, foi beneficiada com recursos do chamado orçamento secreto, que compreende as emendas do relator. Não nega que o trânsito de seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, ex-líder do governo Bolsonaro, contribuiu para que Petrolina não deixasse de ser irrigada com elevado volume de verbas federais.
Durante sabatina na Rádio Folha FM 96,7, ontem (24), Miguel Coelho, indagado sobre o montante destinado a Petrolina, via orçamento secreto, observou o seguinte:
“Orçamento secreto. Todo mundo sabe de onde vem o dinheiro, para onde vai o dinheiro e sabe quem indicou o dinheiro. Então, não consigo entender por que é secreto. A diferença é que a Oposição não teve acesso a indicar porque é Oposição”.
Na sequência, Miguel pontua que Marília Arraes, ainda que oposicionista, também figura entre as que fizeram indicações para algumas cidades e pondera: “Até a Oposição foi beneficiada”. Na esteira, o candidato do União Brasil afirma:
“Eu vou com pires, ou do jeito que estiver, em Brasília. O que tiver de dinheiro para Pernambuco, eu saio no tapa para pegar esse dinheiro, porque minha obrigação como governador é transformar esse Estado através de investimentos, de obras, mas através de esperança na vida das pessoas para que elas tenham perspectiva de crescimento, melhoria”.
Na avaliação de Miguel, o orçamento secreto consiste em uma “estratégia do governo”. Ele adverte: “Mas, veja, Recife recebeu, Jaboatão, Caruaru. Marília indicou para algumas cidades”. Jaboatão era governada por Anderson Ferreira, que encabeça o palanque de Bolsonaro no Estado. Marília foi eleita para 2ª secretaria da Mesa Diretora numa articulação que contou com apoio de Arthur Lira, presidente da Casa, o que lhe rende trânsito.
“A gente não pode querer criar clichê. O governo faz o que? Governa com seus aliados. A Oposição faz o que? critica e tenta ganhar eleição para virar governo. Quem hoje está na Oposição quer ser governo. Cabe à população fazer juízo e valor”.
Miguel prossegue:
“O governo de Pernambuco está bom? Eu entendo que não, porque não pode estar bom com um governo que falta comida, água, saneamento, saúde, segurança, ônibus, infraestrutura”. E arremata: “Sobra imposto, incompetência e descaso. Está na hora de mudar”.
