O pré-candidato a governador de Pernambuco pelo União Brasil, o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho, disse, durante sabatina UOL/Folha realizada nesta quarta-feira, 8, que não faz campanha apenas por pesquisas de intenção de voto e defendeu o nome de seu partido, o deputado federal Luciano Bivar, para a Presidência. Ele ainda criticou o atual governador Paulo Câmara (PSB) e deu sinais de uma possível aliança nacional com o PSDB.
“Aqui em Pernambuco não estamos indo contra A ou B, estamos fazendo campanha do nosso candidato, Luciano Bivar, que não tem nem 15 dias que foi oficializada a pré-candidatura. É natural que possa estar se consolidando, visitando os estados e fazendo o trabalho de pré-campanha. Acredito que, muito em breve, estará se refletindo nas pesquisas eleitorais”, afirmou, sem se posicionar a favor da chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou da reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
“Não podemos fazer política baseada em pesquisas. Se fosse por isso, eu não tinha virado prefeito [de Petrolina], o atual governador não tinha ganhado eleições, nem Bolsonaro era presidente. Eleição se ganha por voto, não por pesquisa”, afirmou. Questionado sobre o declínio no apoio da sigla no estado ao presidente Jair Bolsonaro (PL), Coelho minimizou o fato e diz que, enquanto prefeito de Petrolina, apenas se alinhou ao governo federal de forma administrativa.
“Enquanto prefeito de Petrolina, era minha obrigação e dever fazer todas as parcerias possíveis com o governo federal para poder honrar voto que recebi dos meus irmão e irmãs de Petrolina para transformar a cidade. É assim, enquanto governador, que vamos nos portar junto com o próximo presidente da República, seja ele Lula, Bivar ou Bolsonaro”, declarou o ex-prefeito.
“O povo de Pernambuco não está nem aí se o presidente é de um lado ou de outro. Faço política por pragmatismo, transparência e coesão. Foi uma aliança administrativa”, disse Miguel Coelho, filho do senador Fernando Bezerra Coelho, que foi líder do governo Bolsonaro no Senado.
Ele detalhou as negociações para uma possível união com PSDB no estado, partido com o qual também tenta se aliar por uma terceira via presidencial. “Defendo política da união e convergência de ideias, respeitando as divergências. Se Raquel Lyra entender que pode vir a agregar com seu grupo político, sendo senadora ou indicando vice, a nossa porta está aberta, não só para o grupo de Raquel, mas para todos que querem apoiar”, enfatizou.
Mas ele expôs a força de seu partido, que detém a maior fatia do Fundo Eleitoral, para manter seu nome na disputa. “Temos apoio de mais de 32 prefeitos, 45 ex-prefeitos, chapas proporcionais competitivas, apoio do Podemos, PSC, muito em breve devemos fechar apoio de mais de dois partidos. Então, política também vai pelo viés objetivo, prático”, disse. “O União Brasil já fez muitos gestos para o pSDB. A gente tambvém aguiarda um gesto de reciprovcidade dfo PSDFB para com o União Brasil. […] ‘Pau que dá em Chico, dá em Francisco’, como diz um ditado popular aqui no Nordeste”, pontuou.
O governo de Paulo Câmara foi seu principal alvo de críticas, dizendo que o governador demonstrou “falta de iniciativa, de capacidade resolutiva e prioridade”. “É um governo omisso, que nos últimos anos gastou mais de R$ 550 milhões em propagandas, e menos de R$ 130 milhões em habitação”, disse. Atacou também a atual política de segurança pública, chamada de Pacto pela Vida. “O Pacto pela Vida está falido, acabou, só existe na propaganda e em Excel. Precisamos de uma política de valorização, não só salarial, mas também, porque motiva a tropa”, apontou. Para Miguel, o PSB está “esfacelado”.