G1
Apesar de registrar crescimento de hospitalização de pacientes com Covid-19, Minas Gerais continua realizando poucos testes para diagnosticar a doença. Até esta ontem (22), o estado tinha 28.918 casos confirmados e 688 mortes. Pelo menos 1.750 pessoas estão internadas em hospitais. Mas novo levantamento feito pelo G1 mostra que MG é o que menos realiza testes em casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), até o último domingo (21), eram 444 pessoas internadas em leitos de UTI e 1.306 em leitos de enfermaria. A taxa de ocupação geral, considerando infectados pelo novo coronavírus e outras enfermidades, era de 88% nos leitos de terapia intensiva, taxa recorde desde o início da pandemia, e 75% no caso dos leitos de enfermaria.
Mesmo com ocupação hospitalar crescente, o boletim epidemiológico desta segunda-feira (22) mostrou que o Governo de Minas fez até agora 32.875 testes para diagnosticar a Covid-19. Foram 155 testes por 100 mil habitantes. Pelo levantamento do G1, Minas fez metade do que foi feito pelo Rio de Janeiro, segundo estado que menos testa no Brasil, com cerca de 318 exames a cada 100 mil habitantes.
Só para se ter uma ideia da discrepância, o estado brasileiro que mais realiza diagnósticos é o Amapá, com 4.433 análises por 100 mil habitantes, seguido por Amazonas, com 3.344 testes por 100 mil habitantes e Rondônia, com 2.999 testes aplicados por 100 mil habitantes.
Em 15 de maio, o G1 fez o mesmo levantamento. Na época, Minas era o segundo pior em realização de testes; estava a frente apenas do Rio de Janeiro. Enquanto no Rio, eram realizados 75 testes por 100 mil habitantes, em Minas, eram realizados 78 testes a cada 100 mil habitantes.
O Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral chegou a afirmar, na ocasião, que guardava testes para fazer diagnósticos em um momento em que a doença estivesse avançando pelo estado.
No último Boletim Epidemiológico e Assistencial – Edição Especial divulgado no site da Secretaria de Estado de Saúde no dia 17 de junho, entretanto, a média de testagem diária continuava baixa. Eram analisados 265 exames/dia, número muito aquém da capacidade da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e laboratórios habilitados, que estava com capacidade para 3.690 exames/dia, com a possibilidade de chegar a 5.590 exames/dia.
Nesta segunda-feira (22), questionado se com o agravamento da doença no estado haveria aumento na realização de testes, o secretário disse que a Secretaria cumpre com o protocolo estabelecido, mas não indicou se haverá ampliação do público alvo.
“Efetivamente, o que nós estamos vendo é aumento de casos, consequentemente, estamos tendo aumento da demanda dos testes, mantendo as mesmas indicações. Nós temos testes o suficiente para conseguirmos testar todas as pessoas que tiverem esta necessidade”, afirmou.
Os testes PCR, que são os indicados para o diagnóstico da doença, são realizados nos públicos abaixo:
-
Amostras provenientes de unidades sentinelas de Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG);
-
Todos os casos de SRAG hospitalizados;
-
Todos os óbitos suspeitos;
-
Profissionais de saúde sintomáticos (neste caso, se disponível, priorizar Teste Rápido e profissionais da assistência direta);
-
Profissionais de segurança pública sintomáticos (neste caso, se disponível, priorizar Teste Rápido);
-
Por amostragem representativa (mínimo de 10% dos casos ou 3 coletas), nos surtos de SG em locais fechados (ex: asilos, hospitais, etc);
-
Público privado de liberdade e adolescentes em cumprimento de medida restritiva ou privativa de liberdade, ambos sintomáticos.
-
População indígena aldeada.