Uma vez alguém me disse que sobre o amor, eu pulo de galho em galho.
Embora os galhos tenham sido poucos, é sim, verdade.
Acho que há dentro da gente, uma necessidade, uma certa urgência de amar, de estar com alguém, de estar sempre com o coração pleno.
O fato é que estar com o coração pleno, nem sempre significa estar bem.
E muitas vezes, precisa-se de uma vida inteira para entender isso.
E passamos tanto tempo vivendo em terremotos emocionais, por pura teimosia, que nos acostumamos a eles, e quando de repente tudo passa, a gente olha para os lados, e pensa:
Por que nao me protegi? Por que nao saí fora desses vendavais que me cegaram os olhos, me taparam os ouvidos, me prenderam os passos e apertaram tanto meu coração? Mas antes da resposta, vem sempre a sensação de alívio.
Um quase não acreditar. E a resposta perde totalmente a importância.
Não importa o tempo perdido. O que importa é poder dizer:
“Finalmente tudo passou!” E se só sobraram destroços de tudo o que um dia foi inteiro, é sinal que nasci inteira e posso me refazer, sempre e todas as vezes que eu me quebrar.
E a sensação de alívio por ter conseguido sair e respirar livremente, é deliciosa.
Olhar no meu espelho interior e finalmente me reconhecer.
Quebrada ou não, a essência continua a mesma.
O sorriso ainda é largo, a moleca arteira continua a caminhar com os pés descalços em chãos incertos, agora totalmente sem medo.
Porque quem ja passou pelas tormentas, não se abala mais com chuviscos de verão…
E pra você que passou os olhos despretensiosos por esse texto, que ele lhe tenha alguma valia:
Seja o Sol que aquece, o desejo incontido, as mãos que acolhem, seja os projetos de um futuro lindo, os braços que protegem. Seja brisa perfumada que beija, seja as manhãs na vida de alguém, para que quando inevitavelmente, tudo tiver passado, você seja lembrado não como um inverno cinza, rabugento e solitário, mas como a mais bela das estações.