As últimas semanas foram de notícias positivas para o presidenciável tucano Geraldo Alckmin, que derrotou Ciro Gomes, Jair Bolsonaro e o PT na queda de braço pelo apoio dos partidos que compõem o centrão. A escolha destes partidos, PR, PP, DEM, PRB e Solidariedade, garantiu a Geraldo Alckmin o maior tempo de televisão, sobretudo na quantidade de inserções durante a campanha eleitoral que darão ao presidenciável condições de se apresentar ao país como uma alternativa segura para a presidência da República por ter governado por quatro ocasiões um estado da magnitude e da complexidade de São Paulo e atingir resultados satisfatórios.
A Geraldo Alckmin caberá agora a escolha de um vice que antes de tudo não o atrapalhe, mas sobretudo possa lhe ajudar na dura campanha que vem pela frente e de um eventual governo caso consiga sair vitorioso. Muitos nomes estão sendo especulados, alguns com envergadura para o posto, como a senadora Ana Amélia (PP) e o ex-ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), outros sem a menor condição de agregar politicamente e principalmente eleitoralmente ao projeto liderado por Alckmin.
O ex-governador de São Paulo precisa ter muito cuidado para não incorrer no erro de José Serra em 2010 que perdeu de ter um vice da envergadura de Álvaro Dias para ter o inexpressivo Índio da Costa na sua chapa. É preciso que Alckmin tenha um vice com legitimidade política e eleitoral para o posto, porque vale salientar que em pouco mais de trinta anos dos cinco presidentes eleitos, três não concluíram o mandato, dando lugar ao vice, vide José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer, apenas Lula e FHC concluíram seus mandatos.
O nome do ex-governador Mendonça Filho é de longe aquele que mais tem afinidade com Geraldo Alckmin. Quando ambos perderam a eleição de 2006, foram para uma temporada de estudos nos Estados Unidos e afinaram a relação que até hoje é a melhor possível, inclusive tendo sido Mendonça Filho o principal responsável para que o seu partido, o DEM, optasse pela candidatura de Alckmin em detrimento de Ciro Gomes.
Mendonça é pré-candidato a senador por Pernambuco, e realizou um trabalho que nacionalizou seu nome à frente do Ministério da Educação, tem uma eleição com chances reais de vitória no estado, porém caso a convocação do seu partido para um projeto nacional chegue, ele certamente será a melhor alternativa para compor a chapa presidencial. Por sete anos e três meses foi vice-governador de Pernambuco, e foi um parceiro leal, determinado e muito competente do então governador Jarbas Vasconcelos. A trajetória política de Mendonça lhe garante a condição de ser a melhor opção para ser companheiro de chapa de Geraldo Alckmin, que não pode se dar ao luxo de desperdiçar uma alternativa do quilate de Mendonça para colocar um ilustre desconhecido que além de não agregar, possa lhe atrapalhar no futuro. (Por Edmar Lyra)