Na próxima semana, mais precisamente no dia 5, o ministro da Educação, Mendonça Filho, deixa o cargo para candidatar-se nas eleições deste ano, conforme determina a legislação eleitoral, e encerra um ciclo de quase dois anos à frente do ministério da Educação que pode ser considerado um divisor de águas na sua trajetória política. Muito precoce, Mendonça iniciou aos 20 anos a sua vida pública elegendo-se deputado estadual, e de lá pra cá foi secretário, deputado federal, vice-governador, governador e coroou sua trajetória com a passagem pelo MEC.
Diferentemente de 1998 quando foi indicado vice-governador de Jarbas Vasconcelos numa aliança costurada pelo seu pai, o ex-deputado José Mendonça, desta vez Mendonça chegou ao MEC amparado pela sua extraordinária atuação na Câmara dos Deputados sendo um dos parlamentares mais combativos da oposição ao governo Dilma e um dos expoentes do impeachment.
No MEC, diferentemente de 2006 quando foi governador, Mendonça teve a oportunidade de imprimir uma marca, a marca do trabalho, da dedicação e sobretudo da recuperação da Educação brasileira, que estava vivendo momentos vergonhosos, inclusive nas páginas policiais com os sucessivos vazamentos de provas do ENEM.
Mendonça fez sucessivos investimentos em Universidades, Institutos Federais e órgãos ligados à Educação como a Fundação Joaquim Nabuco que foi completamente reestruturada. Na relação com governadores e prefeitos, sobretudo do seu estado, não fez qualquer distinção partidária, atendendo as demandas dos municípios que receberam creches, escolas, quadras e tantos outros investimentos que mudaram drasticamente o panorama da educação brasileira.
O pernambucano ainda não sabe qual cargo irá concorrer, pode ser federal novamente, candidato a senador, governador ou até mesmo vice-presidente, mas independentemente da questão eleitoral, ele encerra um ciclo histórico entrando no rol dos grandes ministros pernambucanos como Armando Monteiro Filho (Agricultura), Fernando Lyra (Justiça), Marco Maciel (Educação), Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia), José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) e Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional). (Por Edmar Lyra)