Por Antonio Campos*
Na semana em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, debater o tema se faz necessário e urgente. E a Fundação Joaquim Nabuco, como instituição que tem entre seus pilares a educação, tem feito esse debate.
Trago à luz deste tema três grandes nomes mundiais, o líder espiritual Dalai Lama, o empresário Bill Gates, e Al Gore, vencedor do Prêmio Nobel da paz, em 2007, pelos seus esforços contra as mudanças climáticas.
Dalai Lama e Bill Gates lançaram livros neste ano voltados à questão ambiental. Em “A nossa única casa”, o líder espiritual faz um apelo à humanidade e deixa claro que cuidar do planeta nada mais é do que cuidarmos de nós mesmos. A leitura é válida por ser precisa, verdadeira. O Dalai Lama chama atenção para o fato de que preservar os recursos naturais não se trata apenas de blindarmos as árvores e os animais, mas a nós e a vida para nossos filhos e netos.
Em seu livro mais recente, o “Como evitar um desastre climático”, Bill Gates traz um guia para lidar com o aquecimento global. São 321 páginas com um detalhado estudo de especialistas com quem Gates dialogou ao longo de uma década, além de estratégias que podem ser viáveis por meio de ações programadas a longo prazo. Entre elas, apontada pelo empresário como principal, é a chamada “Carbono Zero”. Trata-se de uma defesa de que as superpotências mundiais invistam em energia limpa, com o uso de tecnologia agrícola.
Gates faz referência também à Covid-19, que resultou em uma leve redução na emissão de gases do efeito estufa por conta do distanciamento social. Escreveu: ‘Isso mostra que usar menos carros e aviões não seria o suficiente para atingir a meta de zero, nem seria o fator mais determinante. Assim como precisamos de novos testes, tratamentos e vacinas para combater a Covid-19, também precisamos de novas ferramentas para combater as mudanças climáticas”.
Já Al Gore, em palestra dirigida ao Brasil no dia 27 de maio passado, chamou a atenção para a atual crise climática e ambiental, vista por ele como sem precedentes na história. Sinalizou para suas causas e efeitos e sugeriu soluções alternativas. Apontou com números a necessidade de uma transição energética urgente, o que chamou de Revolução Climática, algo que precisa ser acelerado, no ritmo da velocidade digital. Ressaltou o protagonismo do Brasil nesse novo mundo, já que temos hoje a energia eólica e a energia solar mais barata do planeta.
A Fundaj está fazendo durante essa semana um seminário sobre oportunidades e ameaças no Bioma da Caatinga, onde vivem cerca de 22 milhões de nordestinos. É importante frisar que a Fundaj desde a década de 40 é pioneira em estudos de ecologia e sustentabilidade.
São muitas vozes, de muitos líderes clamando e sinalizando para um só princípio: o trabalho para preservar o planeta começa em casa, o que estamos fazendo. Na Fundaj, lançaremos no próximo dia 5 o projeto Fundaj Sustentável. Assinarei o Plano de Sustentabilidade Ambiental da Fundação, que prevê ações como coleta seletiva, campanha educativa para reduzir custos de energia e água, instalação de sistema para reuso de água, entre outras.
Assinarei, também, um acordo de cooperação técnica com o Instituto de Inovação e Economia Circular para recolhimento dos eletrônicos descartados pela Fundaj.
A questão ambiental é um dos pilares do contemporâneo, preservando-se o meio ambiente, poderemos garantir o amanhã das novas gerações.
*Advogado, escritor, membro da Academia Pernambucana de Letra e presidente da Fundação Joaquim Nabuco