Partido que a nível nacional virou sinônimo de poder nos últimos anos, o MDB de Pernambuco sofreu um processo de esvaziamento ainda no período em que Jarbas Vasconcelos era governador de Pernambuco. Mesmo Jarbas sendo um grande governador, o partido foi perdendo quadros, e isso se agravou quando o PSB ascendeu ao Palácio do Campo das Princesas com a vitória de Eduardo Campos em 2006.
Entre 2017 e 2018, o partido viveu um momento de muita complexidade, quando foi envolvido numa disputa judicial após o ingresso do senador Fernando Bezerra Coelho e a promessa de Romero Jucá de uma intervenção no diretório estadual. Jarbas e Raul Henry, presidente estadual do partido, decidiram ir para a justiça para impedir a dissolução e conseguiram deixar a questão sobrestada graças a uma liminar de Ricardo Lewandowski.
Passado o processo eleitoral, com as vitórias de Jarbas Vasconcelos para o Senado Federal e de Raul Henry para a Câmara dos Deputados, o MDB de Pernambuco viu o senador Fernando Bezerra Coelho ascender ao posto de líder do governo Jair Bolsonaro no Senado, o que lhe deu uma força nacional ainda maior do que já era.
Diante do atual quadro, está sendo pacificada a tese de que o MDB pode ter um comando compartilhado, sendo dividido o diretório pelos três políticos, de acordo com as regiões de seu interesse. Isso ajudará o partido a recuperar o seu protagonismo na política estadual e fazer dele uma alternativa de poder tanto para 2020 no Recife com Raul Henry quanto para 2022 quando o senador Fernando Bezerra Coelho estará concluindo o mandato e terá que decidir se tentará a reeleição para o Senado Federal ou se tentará pela primeira vez o Palácio do Campo das Princesas. A partir de agora, independente dos projetos eleitorais de cada ator, Jarbas, Fernando e Raul terão a missão de atrair novos quadros e fazer do MDB de Pernambuco o protagonista que sempre foi na política estadual. (Edmar Lira)