Por: Joelmir Tavares/ Estado de Minas – O MBL (Movimento Brasil Livre) anunciou nesse sábado (4) o início dos esforços para criar seu próprio partido, batizado de Missão. O ato, que encerrou o congresso nacional do grupo, apresentou a bandeira da futura sigla, com as cores amarelo, preto e branco e o desenho de uma onça-pintada.
O grupo disse ter a meta de reunir em um intervalo aproximado de um ano 550 mil assinaturas válidas, para entrar com o pedido de registro na Justiça Eleitoral. O objetivo é que o feito seja alcançado até a edição de 2024 do congresso. A plateia deste ano foi chamada a contribuir com o trabalho.
O coordenador nacional do MBL, Renan Santos, que definiu a empreitada como uma das mais difíceis em nove anos de atividades, disse que adversários vão falar que o objetivo não será alcançado e vão rir do movimento, mas estarão errados como nas outras vezes em que menosprezaram o grupo.
“Eles vão falar: ‘Ah, mas já tem muitos partidos no Brasil’. Não tem muito partido no Brasil. Tem muita legenda, muito cartório. […] Sabe quem é partido, e aqui a gente tem que reconhecer? O PT é partido. Os nossos inimigos são fortes porque eles entendem o que é ser partido”, discursou.
Santos disse que o MBL não se sente representado pelas siglas em atividade no país e ironizou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Com todo o respeito a todos os partidos, não será com eles que nós vamos construir nada”, afirmou.
Segundo o porta-voz, o movimento se preparou para a iniciativa ao longo de dois anos. Ele disse que vai imprimir o rosto de rivais que duvidarem do êxito da criação da Missão e forrará uma passarela durante o congresso do ano que vem para que os militantes do MBL pisem sobre as imagens.
“Amanhã todos os nossos adversários vão falar que nós não vamos conseguir, que o MBL derreteu, que o MBL acabou, que se o Bolsonaro não conseguiu [com o plano de fundar a Aliança pelo Brasil] nós não vamos conseguir também, que nós somos pequenos, brincalhões, que não temos estrutura.”
Santos especulou que, entre os que vão rir da ambição do MBL, estarão o comentarista Rodrigo Constantino, o ex-integrante do MBL Fernando Holiday e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. “Vamos responder a eles pelas risadas que eles vão dar amanhã da gente”, disse, sob aplausos e gritos.
grupo, que considera o projeto o maior de sua história, alocou seus candidatos desde 2016 em diferentes legendas, como União Brasil, Patriota e Novo.
O plano é iniciar a coleta das assinaturas necessárias para oficializar o pedido no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). É preciso reunir 492 mil apoios, distribuídos por ao menos nove estados. Existem hoje 30 partidos no país. O mais recente a ser criado foi a Unidade Popular, de esquerda, registrada em 2019.