Com o prazo legal de dez dias (contados a partir de anteontem) para definir a composição de uma nova chapa para a disputa presidencial, a coligação Muda Brasil deverá oficializar a decisão somente na próxima semana, após o enterro do ex-governador Eduardo Campos (PSB). Apesar da cautela das lideranças socialistas, o nome de Marina Silva (PSB) ganha força nas hostes socialistas e foi defendido abertamente por lideranças partidárias.
O impasse da indefinição da chapa com a proximidade do guia eleitoral, que começa a ser exibido na próxima terça-feira, não seria um entrave. A cúpula partidária pretende abrir a propaganda eleitoral com um programa inteiro em homenagem ao líder pernambucano, independente da nova formação da chapa. O pessoal responsável pelo programa está avaliando e fazendo propostas, mas o programa será em homenagem a Eduardo Campos”, afirmou, o coordenador da campanha nacional, Basileu Margarido, ontem.
Caso Marina Silva lidere o projeto majoritário, a escolha de um nome do PSB para a vice ganha força nos bastidores. Isso porque a ex-senadora não é vista como integrante da sigla. Os socialistas temem que a gestora deixe a legenda após as eleições e a agremiação fique sem representação na chapa. O nome do senador Rodrigo Rollemberg (PSB), dos deputados federais Beto Albuquerque (PSB) e Júlio Delgado (PSB) são especulados. Contudo, uma reviravolta poderá ocorrer nos bastidores. O ex-deputado Maurício Rands (PSB) teria a preferência de familiares do ex-governador, que pretenderiam sugerir o seu nome a Marina Silva. O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, também chegou a ser ventilado.
Ontem, o irmão do ex-governador, Antônio Campos, foi um dos primeiros a defender o nome de Marina. “Tenho convicção que essa seria a vontade de Eduardo”, declarou. O governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), afirmou que a correligionária “é um grande nome” para suceder Eduardo na cabeça de chapa. “Apesar do momento de grandes dificuldades, nós temos dois prazos: um legal e um político. O legal, são dez dias. Quanto ao politico, nós temos que ter a consciência que o guia eleitoral começa dia 19”, disse Lyra.
Apesar de ponderar que não há decisão tomada, Roberto Freire admitiu que a escolha de Marina é “quase natural” e que “não é hora de inventar candidaturas”. Diante das especulações, a direção nacional do PSB enviou uma nota à Imprensa, ontem, para estancar os boatos. “A direção do PSB tomará, quando julgar oportuno, e ao seu exclusivo critério, as decisões pertinentes à condução do processo político-eleitoral”, disse. A cúpula socialista se reuniu para debater os próximos passos da legenda, em São Paulo, ontem. O nome da socialista sofre resistência por parte da legenda, em especial, a ala do partido ligada ao PT. (Blog da Folha)