O PT voltou às urnas em eleição direta e elegeu seus dirigentes municipais junto com os delegados com direito a voto no pleito para escolha do presidente e da executiva nacional, num passo mais adiante, em Brasília.
Aos que não entendem o confuso processo democrático petista, o que pesa no resultado não é saber quem elegeu o maior número de presidentes de diretórios, mas de delegados. Também não interessa quem vai comandar o partido na capital ou Interior.
O que pesa de fato é saber qual das duas correntes, lideradas, respectivamente, por Humberto Costa e Marília Arraes, elegeu o maior número de delegados. Aliado a Carlos Veras, deputado federal, Humberto emplacou 110 delegados.
Marília, junto com a deputada estadual Teresa Leitão, 92, 18 delegados a menos, quase empate. Moral da história: não foi o histórico Humberto o vencedor, mas Marília por se tratar de uma liderança jovem e em ascensão no PT.
Se já era tratada com distinção pelo comando do PT, em Brasília, Marília passa a ter mais envergadura para colocar na mesa de negociações sua candidatura a prefeita do Recife com a executiva nacional. Agora, o PT vai refletir melhor quando tentarem rifar sua postulação, até porque, diferente do pleito passado, Marília não é mais uma simples vereadora, mas deputada federal.
Em Brasília, Marilia está em alta com a presidente nacional, Gleisi Hoffmann, e com o deputado José Guimarães (CE), um dos mais influentes da bancada petista na Câmara. Humberto articulou para Gleisi não ser eleita, se vinculou a Guimarães, que colocou sua candidatura, mas depois apoiou a ex-senadora a pedido de Lula. Marilia foi eleitora de Gleisi de primeira hora. (Magno Martins)