A vereadora Marília Arraes nunca escondeu que partiu do senador Humberto Costa o estímulo para que ela investisse numa candidatura ao Governo de Pernambuco. Hoje, ela é taxativa sobre a deterioração do vínculo que tinham: “Não tenho mais relação política com Humberto Costa, infelizmente. Humberto sempre foi um político que eu admirei. Inclusive, para entrar no PT, procurei Humberto Costa para me orientar, para que a gente pudesse compor juntos um grupo e ele, com essa situação daqui de Pernambuco, teve essa visão equivocada de que deveríamos ter uma aliança (com o PSB)”. A declaração foi feita, ontem, em entrevista à Rádio Toritama FM.
Na sequência, Marília admitiu que só fará campanha para um candidato ao Senado, que é Silvio Costa (Avante) e que não terá como trabalhar por Humberto. “Eu vou votar em Silvio Costa. Mas não vou fazer campanha de jeito nenhum para outra pessoa”, informou. Então, detalhou: “Vou ter essa relação política partidária com Humberto, mas não tenho condições de fazer campanha para ele”. Marília justificou: “Ele está no palanque de Paulo Câmara. Não tenho condições de caminhar junto com ele, com os políticos que estão ao lado dele, mas ele tem apoio partidário nosso”. Em outras palavras, Humberto é o candidato a senador do PT, mas não de Marília, cujo projeto majoritário acabou inviabilizado pela aliança entre PT e PSB, fomentada por Humberto. O vulto que tomou a candidatura de Marília, enquanto estava no páreo pelo Palácio das Princesas, aumentou o passe do PT junto ao partido de Paulo Câmara, que cedeu uma vaga do Senado aos petistas. Marília, que hoje concorre à Câmara Federal, resume: “Isso é política do toma lá da cá e não concordo”. (Renata Bezerra de Melo/Folha de Pernambuco)