Por Inaldo Sampaio
Pesquisas mostram que o maior adversário do governador Paulo Câmara nas próximas eleições não é o senador Armando Monteiro, nem o senador Fernando Bezerra Coelho, nem o deputado Mendonça Filho, e sim a vereadora Marília Arraes (PT). Ela aparece nas prévias eleitorais com elevado percentual de intenções de votos, e isso preocupa o PSB que fará tudo o que estiver ao seu alcance para não permitir que ela seja candidata. Como se lembra, o governador Paulo Câmara agendou uma viagem a Curitiba, recentemente, junto com outros governadores do Nordeste, para levar sua solidariedade ao ex-presidente Lula, que está preso na capital paranaense, apesar de o PSB ter rompido com o PT em 2012 e apoiado o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Interessa-lhe agora, todavia, celebrar uma aliança com o PT para surfar na popularidade do ex-presidente, que continua sendo no Nordeste um fenômeno eleitoral de fazer inveja aos adversários, com cerca de 50% de intenções de voto. Então, para afastar Marília do seu caminho, o PSB parece disposto a pagar qualquer preço, inclusive colocar o senador Humberto Costa na chapa da Frente Popular como candidato à reeleição, mesmo sabendo que a presença dele nesta chapa, ao lado do deputado Jarbas Vasconcelos, um antipetista histórico, representa um risco para todos devido às explicações que terão que dar aos pernambucanos. A cúpula do PT também está trabalhando contra Marília, tanto que adiou para o mês de junho sua definição sobre o que fará nas próximas eleições: candidato próprio ou aliança com a Frente Popular. Significa que a vereadora terá que passar mais um mês imobilizada, sem saber se o partido a ungirá ou não como candidata a governadora.
Quarteto da resistência
A vereadora Marília Arraes não consegue ampliar suas alianças visando à disputa pelo governo estadual porque o PT não permite Ela se movimenta sozinha porque está impedida de falar em nome do partido. Seus aliados internos, em defesa da candidatura própria, são a deputada Teresa Leitão e os prefeitos Luciano Duque (Serra Talhada) e Luiz Aroldo (Águas Belas).
Sem ninguém > Se o PT soubesse fazer conta, rapidamente concluiria que retornando à Frente Popular não elegerá nenhum deputado federal, a exemplo do que ocorreu em 2014. O candidato mais forte do PT a deputado federal, hoje, é menos forte do que o mais frágil da Frente Popular.