Por: Nathália Monte – Filipe Assis – Em clima de segundo turno, a candidata ao governo de Pernambuco Marília Arraes (SD), participou de entrevista com jornalistas do Diario de Pernambuco e com o apresentador André Luiz Cabral, na rádio Clube, ontem (4). A ex-petista assumiu um tom cordial em relação à legenda e a pessoas como o senador Humberto Costa (PT), crítico da deputada.“Não faço política com mágoa”, garante.
“Eu gostaria que o PT viesse inteiro. É um partido de que eu fiz parte, que fui muito bem acolhida pela militância, que eu tenho um respeito muito grande. Disputamos em candidaturas diferentes, o PT apoiou a candidatura de Danilo Cabral por uma questão de conjuntura nacional, e eu disputei a eleição aqui, mas nós estamos no mesmo campo político, inclusive na mesma coligação nacional”, declarou.
A candidata do Solidariedade demonstra não temer ficar isolada na disputa do segundo turno. Entre os cinco primeiros candidatos, Marília, que já não tem o suporte do PSB, viu Miguel Coelho (UB) apoiar Raquel Lyra (PSDB), e não conta com a presença de Anderson Ferreira (PL), candidato do presidente Jair Bolsonaro no estado.“Eu não vejo impedimento de você ter um bom desempenho com isso. Se fosse assim, nós duas não seríamos as candidatas a terem chegado ao segundo turno porque, se você observar, Danilo Cabral tinha apoio de 120 prefeitos. Miguel Coelho tinha também o apoio de muitos prefeitos”, avalia.
Em 2020, reeleito como prefeito de Jaboatão, Ferreira apoiou a ex-petista, que disputava a prefeitura do Recife com o primo, o prefeito João Campos (PSB). Anderson, que no ano passado desfez aliança com Raquel Lyra e acabou como palanque do presidente, não figura como alternativa para Marília. “Ficou com Bolsonaro, que é incompatível com o que eu defendo.”, cravou.
No entanto, reconhece que alianças têm sua importância. Quando questionada pela reportagem do Diario se Isabella de Roldão (PDT), vice-prefeita do Recife, por exemplo, seria uma parceria interessante nesse segundo turno, lembrou o apoio oficial do PDT ao líder do PT. “Todos os apoios que estão nesse alinhamento são muito importantes. Vai haver conversa caso a caso”, disse. Isabella, que foi coordenadora da campanha de Ciro em Pernambuco, decidiu declarar abertamente apoio à Lula no novo pleito.
Quanto ao seu programa de governo, por fim, a postulante reforçou uma de suas principais bandeiras, o combate à fome. Um levantamento do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (Vigisan), divulgado em setembro deste ano, constatou que atualmente 2 milhões de pessoas passam fome em Pernambuco.“A gente vai durante o primeiro ano já, de governo, fazer tanto o futebol solidário quanto outras ações de arrecadação e também vai direcionar o dinheiro de todas as multas. Você que vai pagar o imposto e atrasou um pouquinho, paga uma multa daquele imposto, vai saber que essa multa vai para um fundo de combate à miséria”, afirmou.