Estado de Minas
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, demonstra temor com a aceleração vertiginosa dos números do novo coronavírus no Brasil. Na visão dele, a nova variante da doença, surgida em Manaus, deu contornos ainda mais dramáticos ao cenário. Em entrevista por telefone ao Estado de Minas, Mandetta criticou a postura do governo ante a situação. Na visão do médico, o aumento no número de exames é fundamental para monitorar o avanço da cepa.
“Eles deixaram testes estragar. Vão doar testes para o Haiti e ficar livres, pois é improbidade. Não estão fazendo testagem. Não sabem. Estamos em um voo cego. O painel do nosso avião está escuro, voando sem destino”, disse, nesta quinta-feira (18).
A mutação surgida em solo amazonense tem se espalhado pelo país, muito por conta da transferência de pacientes internados naquele estado. A crise de saúde que se abateu sobre Manaus por conta da falta de oxigênio fez com que doentes fossem levados a hospitais de outras localidades.
Araraquara, no interior de São Paulo, sofre com a explosão de casos. A nova cepa infectou cinco pacientes de Manaus que morreram em Uberaba, no Triângulo Mineiro.
“O Brasil não está fazendo o mapeamento genético para saber a velocidade de transmissão dessa nova cepa. Deveríamos estar fazendo para saber o que está acontecendo em outras cidades e onde o vírus está se aclimatando melhor com a nova cepa. A gente está testando pouco e, mesmo testando pouco, estamos achando (a nova cepa), no Rio, em São Paulo. Araraquara fez uma testagem maior e achou tendência de predomínio da nova cepa. Araraquara já comprovou grande número de circulação da cepa”, criticou Mandetta.