Mais do que charme, bigodes dos gatos têm funções importantes e não devem ser aparados; saiba mais

FolhaPet
Nos humanos, o bigode é puramente uma questão estética. Há quem simpatize e há quem não curta muito. Fato é que o bigode é alvo constante da moda, seja em alta ou em baixa. Nos felinos, porém, esse assunto vai além do visual. 
Esses pelinhos que concedem uma dose extra de charme aos bichanos, na verdade, têm funções mais importantes do que se possa imaginar. Veja algumas curiosidades que separamos: 
Nome científico
Pode até parecer um tipo de xingamento, mas esses pelinhos do bigode dos gatos se chamam vibrissas. E não são só os felinos que possuem esses pelos mais alongados e espessos. 

Na verdade, as vibrissas fazem parte da anatomia dos mamíferos de forma geral. Nos humanos, porém, elas não correspondem ao bigode, mas aos pelinhos do nariz.

Pode aparar?
Não é recomendado. Os bigodes dos gatos são responsáveis por ajudá-los a ter uma percepção melhor dos ambientes. As vibrissas estão ligadas aos nervos faciais, com raízes profundas em uma área de muitas células sensoriais.

GatoFoto: Pexels
Essas terminações nervosas captam pequenas vibrações a todo tempo e comunicam com o cérebro a distância dos objetos ao redor e até a pressão do ar. 

Isso é extremamente importante, pois os gatos têm uma excelente visão no campo entre três e seis metros de distância, mas não enxergam com a mesma nitidez objetos mais próximos ou mais distantes do que isso.

Quanto mais comprido for o bigode, melhor para o bichano, que pode esticar os pelinhos e captar mais estímulos. 

As vibrissas são mais largas do que a cabeça do felino e costumam ter uma extensão que se alinha com a região mais larga do corpo dele.
Assim, ajudam a dar noção dos lugares por onde ele consegue passar (como acontece com os retrovisores dos carros) – isso, claro, em felinos que estão no peso ideal -, além de darem mais segurança para saltar de lugares altos, por agir diretamente no equilibrio. Um corte abrupto nas vibrissas pode até gerar dificuldade para o pet andar em linha reta. 
Sem muito mexido
A gente sabe que é difícil resistir à fofura que são os bigodinhos dos pequenos. Mas os tutores precisam manter a compostura, pois mexer nas vibrissas pode ser desconfortável para o felino. 
GatoFoto: Pexels 
Como o bigode é bastante sensível, qualquer vibração no pelo já é sentida pelo pet. Inclusive, eles não gostam de encostar as vibrissas na comida.

Por isso, às vezes, tiram a ração do pote para comer no chão. Se o seu bichano faz isso, está na hora de comprar um comedouro mais largo. 

Eles também não curtem tocar os bigodes na água e, por causa disso, preferem se hidratar em torneiras ao invés dos potinhos tradicionais. Os bebedouros no estilo fonte de água são excelentes opções.

Emoções
Estes pelos também ajudam a compreender o estado de ânimo e as sensações do bichano. Se os bigodes estiverem relaxados, eles também estão. 

Quando os bigodes do pet estão mais para a frente, é sinal de que ele está em alerta. Já quando estão colados ao rosto, é porque ele está zangado ou assustado. 
Quantidade
Não existe um gabarito sobre o número exato de vibrissas que um gato deve ter. Isso varia de animal para animal, mas a média gira em torno de 24, sendo 12 em cada lado. 
Gato
Foto: Pexels 
E, embora os bigodes sejam os astros principais, é possível encontrar vibrissas também na região acima dos olhos, no queixo e nas patas dianteiras. São pelinhos mais espessos.  
Bigodes no chão
Caso você encontre vibrissas soltas em casa, não precisa se preocupar – a renovação é um processo natural, com etapas de crescimento e queda como os demais pelos. O alerta só deve acender se começaram a aparecer falhas perceptíveis. 
Assim como acontece na pelagem, uma queda acentuada das vibrissas também pode significar algo em desconformidade na saúde do pet. O mesmo vale para a fraqueza do fio, caso esteja partindo com facilidade. Nesses casos, uma visita ao médico-veterinário cai bem. 
Gato sem bigode? Existe
Os felinos da raça sphynx, conhecidos justamente por não terem pelos, também não possuem bigodes. Embora tenham um pouco mais de dificuldade para se equilibrar e calcular distâncias,  eles usam o corpo longelíneo e as orelhas compridas para ajudar na orientação e cumprir essas funções.  
Gato SphynxFoto: Pexels