A administração interina da Prefeitura de Camaragibe, no Grande Recife, informou, ontem, que encontrou mais de 50 mil medicamentos e insumos hospitalares vencidos e impróprios para o uso. Os materiais estão avaliados em mais de R$ 1 milhão, segundo a gestão.
A denúncia foi feita pela administração de Nadegi Queiroz (DC), que era vice-prefeita e assumiu o cargo por 180 dias, em junho deste ano. Ela passou a comandar a cidade depois da prisão do ex-titular Demóstenes Meira (PTB), suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro.
Os produtos, segundo a administração de Camaragibe, foram localizados na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), ligada à Secretaria Municipal de Saúde. Os lotes expirados estão em dezenas de caixas, no prédio da CAF, no Bairro Novo do Carmelo.
Enquanto produtos deixaram de ser usados e venceram nas caixas, os postos e as unidades de saúde enfrentam o desabastecimento. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os débitos da pasta chegam a R$ 3 milhões.
O coordenador da Secretaria de Saúde de Camaragibe, Sérgio Fantini, disse que a equipe se deu conta das caixas com data de validade expirada na sexta-feira (5). Os lotes vencidos incluem soro fisiológico, luvas, cateteres, remédios controlados e antibióticos.
Também estão nas caixas aparelhos para medir glicose, que estão impróprios para o uso. Cada um custa mais de R$ 300. Algumas ampolas de medicamentos controlados foram achadas em uma lixeira. Um levantamento detalhado ainda está sendo finalizado.
“Para se ter uma ideia, quando assumimos, não havia o mínimo necessário. A gente não tinha sequer soro fisiológico na rede municipal de saúde. Eram menos de 500 ml para toda a rede. E aí achamos uma grande quantidade de soro vencido na Central de Abastecimento Farmacêutico. Uma situação triste e alarmante”, afirmou Fantini. (Magno Martins)