A atividade econômica em 55% dos municípios brasileiros era dependente dos governos em 2016. Os dados são da pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Naquele ano, 3.062 das 5.570 cidades do país tinham administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social como as principais atividades. No ano anterior, o percentual era de 45,1%, o que correspondia a 2.511 municípios.
Em Roraima, Paraíba, Piauí, Sergipe, Amapá e Rio Grande do Norte, mais de 90% apresentavam esse perfil de dependência. Nos estados da Região Sul apenas 11% mostravam tal condição. Entre as 27 capitais, 15 têm o setor público com peso superior à média nacional. O grande destaque é Brasília, onde 44,7 do valor adicionado na economia local vêm da administração pública.
O gerente de Contas Nacionais do IBGE, Frederico Cunha, observou que, nas situações em que a administração pública não esteja em crise e funcione normalmente, essa participação intensa acaba protegendo os municípios de oscilações econômicas muito bruscas. “Em 2015, quando todas as unidades da Federação sofreram queda no PIB, os estados que menos perderam participação foram os que tinham a administração pública influente. Por outro lado, isso também não possibilita muito crescimento”, disse.
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