‘Maior live da história’ terá Lady Gaga, Rolling Stones e Paul McCartney

Pedro Galvão/Estado de Minas/Correio Braziliense

Um único festival reunindo Paul McCartneyRolling StonesElton JohnStevie WonderLady Gaga, o fenômeno do momento Billie Eilish e mais uma dezena de nomes capazes de lotar teatros e estádios sozinhos. Há alguns meses, isso só seria possível para marcas poderosas do entretenimento, como Coachella, Glastonbury, Rock in Rio, e olhe lá.

Porém, as privações e necessidades impostas pela pandemia da Covid-19 a todo o planeta ocasionaram o One world together at home, evento musical com seleção histórica de artistas, que será realizado neste sábado (18/4), com transmissão gratuita e ao vivo para todo o planeta em isolamento residencial.

A partir das 15h (horário de Brasília), as principais redes sociais transmitirão a sequência de shows que contemplam várias vertentes da música pop. A lista inclui desde a jovem Billie Eilish, de 18 anos, ganhadora de cinco troféus na edição deste ano do Grammy, até lendas como Paul McCartney e os Rolling Stones – esses anunciados de última hora, na sexta-feira.

Na programação ainda estarão o tenor Andrea Bocelli, o vocalista da banda punk Green Day, Billie Joe Armstrong, vozes femininas consagradas no pop, como Alicia Keys, Camila Cabello, Celine Dion, Taylor Swift e até a brasileira Anitta, além da dona da festa, Lady Gaga, que produz o evento em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a ONG Global Citizen, dirigida por Chris Martin, vocalista do Coldplay.

Um dos objetivos de tamanha reunião é arrecadar fundos para enfrentar o novo coronavírus. Paralelamente ao ineditismo de esses músicos se apresentarem de suas casas, o mundo volta a testemunhar um grande espetáculo solidário.

Chris Martin já era acostumado a realizar festivais filantrópicos via Global Citizen, quando aglomerações estavam permitidas. O cantor puxou a fila das apresentações caseiras entre músicos famosos tão logo a quarentena se instalou pelo Ocidente, há pouco mais de um mês. Pelo Instagram, ele fez uma transmissão ao vivo, tocando piano e cantando em sua casa, sem nenhuma produção, e convidou colegas a fazerem o mesmo, criando a campanha #TogetherAtHome (Juntos em casa, em inglês).

O formato evoluiu pelo mundo. No Brasil, os shows caseiros, agora popularmente chamados de lives, tomaram proporções maiores, contando com produção caprichada e audiência de milhões de pessoas, no caso dos expoentes da música sertaneja.

Audiência

Agora chegou a vez de o primeiro escalão da música elevar ainda mais o patamar, com promessa de audiência histórica. A transmissão será simultânea entre as maiores redes de TV norte-americanas e também pelas principais plataformas de streaming do mundo, para que todos os países, inclusive o Brasil, possam ver o megaevento pela internet, por meio do YouTube, Twitter, Twitch, Facebook, Amazon Prime Video, Globo Play ou Tidal, por exemplo.

Basta seguir os perfis da Global Citizen e escolher seu meio preferido. Também há opção na TV brasileira, pelo canal por assinatura Multishow, além do Sony Channel e do AXN. Na TV aberta, a Globo transmite um compacto, após o Altas horas. A duração de cada show e a ordem das apresentações será surpresa. Os mestres de cerimônia serão os humoristas Jimmy Fallon, Jimmy Kimmel e Stephen Colbert. O evento também contará com participação ao vivo de personalidades do cinema e do esporte.

Os espectadores poderão colaborar financeiramente com a causa, doando quantias pela internet. Para parte do público, a experiência pode significar uma viagem no tempo, até 1985. Muito antes das atuais facilidades virtuais, naquele ano foi realizado o festival Live aid, cujo objetivo era arrecadar fundos para o combate à fome na Etiópia.

Em julho daquele ano, alguns dos maiores astros da história da música se apresentaram simultaneamente em Londres e na Filadélfia para uma plateia presencial de quase 200 mil pessoas, com transmissão ao vivo via satélite para todo o planeta. Um dos shows mais memoráveis do evento foi o do Queen, no estádio de Wembley, recentemente revisitado na cinebiografia da banda, Bohemian rhapsody, em que o ator Rami Malek encarna Freddie Mercury no palco.

Elton John, Phil Collins, David Bowie, The Who e U2 foram alguns que também se apresentaram na Inglaterra durante o Live aid, enquanto Bryan Adams, Beach Boys e Led Zeppelin ocuparam o palco norte-americano.

Também há 35 anos, foi lançada We are the world, canção idealizada e composta por Michael Jackson e Lionel Richie, gravada por 45 dos mais importantes nomes da música norte-americana do momento, incluindo Tina Turner, Bob Dylan e Cyndi Lauper. O objetivo da gravação era arrecadar fundos para o combate à fome no continente africano.

O sucesso global da música e do clipe inspirou a versão brasileira, dois anos depois, chamada Nordeste já. Esse era o nome do projeto que deu origem ao single Chega de mágoa, cantado por Milton Nascimento, Gilberto Gil, Djavan, Rita Lee, Gonzaguinha, Elba Ramalho, Fafá de Belém, Tim Maia, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Simone, Elizeth Cardoso, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Fagner. O intuito era angariar recursos para combater a fome no Nordeste.