O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que vai engavetar a medida provisória proposta pelo presidente Michel Temer para fazer ajustes na reforma trabalhista aprovada ontem a (11) no Senado. Maia anunciou sua decisão nas redes sociais e declarou que não pretende pautar a MP prometida pelo governo para atenuar a reforma trabalhista, em um acordo com a base aliada do Senado para garantir a aprovação da nova legislação, votada anteriormente na Câmara. “Não participamos de nenhum acordo. Queremos reformar o Brasil. Chega de mentiras”, afirmou.
Para o presidente da Câmara, o Congresso deve “liderar a agenda” de reformas do país, em um sinal de que deve aceitar cada vez menos influência do Palácio do Planalto sobre as discussões no Legislativo. “A reforma trabalhista é o primeiro momento de grandes mudanças no nosso país. Ainda vêm a Previdência, a tributária, a segurança e a redução da pobreza. Vamos de verdade mudar o país. A Câmara já liderou e vai continuar liderando”, disse à reportagem.
Maia classificou o texto da reforma trabalhista aprovado pelo Congresso como uma “revolução” e declarou que qualquer alteração feita via medida provisória, como a prometida por Temer, seria um “retrocesso”. “A Câmara não vai tratar de nenhum retrocesso. Acordos do atraso não estarão na nossa agenda. Queremos um novo Brasil”, afirmou.
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O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse à reportagem não ter “compromisso” com o acordo firmado pelo Planalto. “Como não tratei de MP e nenhum compromisso sobre mudanças, estou fora disso”, afirmou. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), reagiu à decisão de Maia. “Estranho o comportamento do presidente da Câmara. É inadmissível, inaceitável, descortês e deselegante ele se manifestar sobre isso depois do fato consumado”, declarou.
Já o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), disse que a afirmação do presidente da Câmara mostra que os senadores “erraram” ao aprovar a reforma levando em conta o acordo com Temer. Para ele, Maia mostrou uma postura “extremamente de direita, agressivo com trabalhadores, que deriva de uma pressão do setor empresarial”.
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