Hoje, quando celebraremos os dez anos do blog, o Diário de Pernambuco e a Folha de Pernambuco, jornais onde atuei por muito tempo, me abrem um espaço para falar da transição do jornalismo impresso para o online. Afirmo que a internet mudou hábitos e abriu um paradigma, mas em compensação me transformou num verdadeiro escravo da notícia, sem tempo sequer para a família. Veja abaixo alguns tópicos da entrevista que hoje, excepcionalmente, substitui a coluna que posto neste horário.
Aposta no jornalismo
Pauto meu trabalho pela inquietação e enxerguei na internet uma ferramenta que poderia servir de desova de tantas notícias que sobravam da coluna diária que, há dez anos, quando abri o primeiro blog de Pernambuco e um dos primeiros do Nordeste, já escrevia para esta Folha. Estando em Brasília, onde tudo começa e acaba, num ambiente de 180 graus como o Congresso Nacional, em que a notícia muitas vezes vem ao nosso encontro sem a gente buscar, eu tinha muitas informações e o blog chegou na hora certa. Não foi nenhum pressentimento de que estava dando um passo à frente. Acho que foi apenas o momento e também o incentivo que recebi de muitos coleguinhas de profissão.
A origem do blog
Antes da febre da blogosfera eu já era um jornalista conhecido, vinha de uma experiência rica na cobertura da cena nacional em Brasília, passando por vários jornais e bem relacionado, tendo sido eleito presidente do Comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados na gestão de Michel Temer. Tinha tido outras experiências, como a coordenação da campanha de Joaquim Francisco para governador, secretário estadual de Imprensa e criado, depois, a primeira agência regional de notícias em tempo real do País, a Agência Nordeste, um caser no País, numa parceria com o Grupo EQM. Os colegas diziam: “Abre teu blog, você vai fazer o maior sucesso. Eu ainda resisti, mas depois me rendi aos fatos e acertei, graças a Deus, como se diz, o alvo do tiro no escuro.
Continua…