A Justiça está mandando incinerar objetos encontrados no avião que caiu em 2014 e matou Eduardo Campos (PSB) e outras seis pessoas. Entre eles estão 10 gramas de maconha.
Um laudo confirmou que um dos pacotes encontrados guardava a droga, provavelmente para consumo pessoal de uma das vítimas do voo. Foram encontrados na época também cartões bancários, colares e pedaços de roupas.
O inquérito que investiga as causas do acidente, e que corre na 5ª Vara Criminal de Santos, está perto do fim. A tendência até agora é responsabilizar o piloto.
O laudo de teste feito num simulador na Áustria pelos investigadores analisa a última hipótese que poderia mudar os rumos da investigação: a de que variações além do normal na ponta da asa da aeronave poderiam ter contribuído para a tragédia. A possibilidade, no entanto, é considerada remota.
O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), ligado à Aeronáutica, já tinha concluído que o estresse e a falta de capacitação do piloto para conduzir a aeronave contribuíram para o acidente. A família do profissional, Marcos Martins, questionou as conclusões do órgão.
Embora possa endossar a tese de que o piloto foi responsável, a PF já informou às autoridades judiciais que ele tinha dormido bem no dia anterior e estava descansado, segundo apurado no hotel que o hospedou.
Caso a investigação confirme a culpa do piloto, descartando falha técnica, não haverá responsáveis, na prática, já que ele morreu. Pessoas afetadas e que perderam casas, por exemplo, teriam maior dificuldade para cobrar indenização. A identidade do dono oficial da aeronave permanece até hoje como mistério.