O quadro das intenções de voto para a presidência nas eleições de 2022 continua favorável ao ex-presidente Lula (PT), segundo nova pesquisa da Genial/Quaest, empresa de inteligência de dados que faz análise de redes sociais e pesquisas de opinião pública. O petista lidera em todos os cenários, em primeiro e segundo turnos. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece em segundo lugar, mas é derrotado em qualquer situação de segundo turno.
A pesquisa estimulada apresentou quatro cenários eleitorais. Em nenhum deles, no entanto, Lula vence em primeiro turno. Seu desempenho é melhor sem a presença do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) na disputa, embora a variação do petista seja pequena: vai de 46% dos votos válidos, em seu pior cenário, até 48%, no melhor. Bolsonaro também teve melhor desempenho quando seu ex-ministro da Justiça não foi levado em conta.
No cenário com sete pré-candidatos, Lula teria 46% dos votos; Bolsonaro, 23%10%5%
Em um cenário sem a presença de Doria, Pacheco e D’Ávila, Lula segue na liderança com 47% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 24%. Sergio Moro aparece com 11%, enquanto Ciro vem em seguida, com 7%.
Em um terceiro cenário, sem Doria, Moro e D’Ávila, Lula tem seu melhor desempenho, com 48% dos votos. Bolsonaro também cresce, chegando aos 27%. Ciro aparece com 8%, e Pacheco, com 2%, completam a lista.
Já no último quadro sem Moro, Pacheco e D’Ávila, Lula tem 47% das intenções de votos, seguido por Bolsonaro, com 27%; Ciro Gomes, com 7%; e João Doria, com 5%.
Nas simulações de segundo turno, Lula vence em todos os cenários: 55% dos votos contra 31% de Bolsonaro; 53% contra 29% de Sergio Moro
Mesmo sem a presença do petista, Bolsonaro também seria derrotado nos cenários levantados pela pesquisa. Ele aparece com 31% das intenções de voto contra 34% de Sergio Moro, e com 34%, contra 39% de Ciro Gomes.
O levantamento foi feito presencialmente entre os dias 2 e 5 de dezembro, com 2.037 entrevistas em 120 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, e a margem de erro, de 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O estudo que vem monitorando a avaliação do governo desde julho foi feito pela Quaest.
A reprovação ao governo Bolsonaro caiu de 56%, em novembro, para 50%, neste mês. Esta foi a primeira queda desde julho, quando o índice era de 45%. A aprovação oscilou de 19%, no último mês, para 21% desta vez.
Na contramão do cenário nacional, porém, o Nordeste foi a única região que registrou aumento na reprovação ao governo. Oscilou de 60% em novembro para 61%, neste mês. A aprovação entre os nordestinos também oscilou negativamente: de 16% para 14% no mesmo período. A região em que o governo Bolsonaro mais avançou foi o Sul do Brasil. Lá, sua reprovação saiu de 54%, no último mês, para 40%, em dezembro. A aprovação aumentou sete pontos percentuais: de 19% para 26%, no mesmo período.
A principal deficiência do governo, segundo a pesquisa, está no combate à inflação, já que 70% dos entrevistados avaliam negativamente a postura de Bolsonaro sobre o assunto. Além disso, 41% veem a Economia como o principal problema do país. Em novembro, porém, esse índice era de 48%.
Dentre os fatores econômicos, 18% veem o desemprego como o pior item, seguido pelo crescimento econômico (14%) e pela inflação (9%).
Mesmo em terceiro lugar nas intenções de voto para o primeiro turno em 2022, o ex-juiz Sergio Moro não é reconhecido por 13% dos entrevistados. A maioria, 61%, o conhece, mas não votaria nele para a Presidência. Segundo a pesquisa, 19% conhecem e poderiam votar no ex-juiz, enquanto 6% o conhecem e votariam nele.
O ex-ministro Ciro Gomes não é conhecido por 18% e 55% o conhecem, mas não votariam nele, enquanto 22% conhecem e poderiam votar. Convictos, estão 4%, que conhecem o pedetista e votariam nele.
Outro candidato da chamada “terceira via”, o governador de São Paulo, João Doria, não é reconhecido por 24% dos eleitores e 59% o conhecem, mas não votariam nele.
Somente 2% não conhecem o presidente Jair Bolsonaro, mas 64% dos que o conhecem, não votariam nele. Já com o ex-presidente Lula, o número é ainda menor: 1% dos eleitores não o conhecem. Dentre os que o conhecem, 43% não votariam nele, 19% poderiam votar e 36%, votariam no petista.
Rodrigo Pacheco e Felipe D’Ávila são os mais desconhecidos pelos eleitores. O presidente do Senado não foi reconhecido por 57% dos entrevistados, enquanto D’Ávila não alcançou 74%.