Por: Victor Correia – Correio Braziliense – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem (21) que “ninguém vai impedir que o dono de fazenda tenha uma ou duas armas”, ao defender o posicionamento sobre o desarmamento. O petista, porém, completou que a posse de um número excessivo de armas não pode ser para a defesa.
“Eu sei que há roubo de gado à noite, de cavalo, de qualquer coisa. Você pode ter um segurança, você pode ter uma arma”, disse Lula em entrevista ao Canal rural, avaliando que é preciso de controle na questão de armar a população. “Ninguém vai proibir que o dono de fazenda tenha uma ou duas armas. Agora, se ele tem 20, não é mais arma para defesa. Se tiver 30, pior ainda”, completou.
Agro não tem só “fascistas e direitistas”
Lula participou de entrevista com o veículo, voltado a produtores rurais, para tentar se aproximar do agronegócio. O setor é um dos que tem mais resistência às propostas de Lula, e maior proximidade com o presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista aproveitou para esclarecer uma fala polêmica recente, na qual se referiu a membros do agro como “fascistas e direitistas”.
“Dentro do agro tem dezenas de pensamentos políticos, econômicos e ideológicos. O agro não é uma coisa só. Você tem gente mais democrática, gente mais à esquerda, mais de centro, mais à direita. Gente da ultradireita, gente com comportamento fascista, e você tem gente com comportamento altamente democrático”, afirmou o ex-presidente.
Outro ponto tratado pela entrevista foi o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Lula disse que o movimento está “mais maduro” e “altamente produtivo”, além de negar que tenha havido invasão de terras produtivas.
“Na hora em que você começa a assentar as pessoas corretamente, na hora que começa a construir casas, acaba essas invasões desordenadas. O país precisa de ordem e tranquilidade para poder seguir em frente. Tenho dito para me indicarem quais as terras produtivas que foram invadidas, por quando foram invadidas elas foram desapropriadas pela Justiça. Você não pode ter terra para especulação quando tem gente precisando da terra para produzir”, defendeu Lula.