De repente, não mais que de repente, parte da mídia e analistas políticos apareceu com a versão de que o candidato do PT a presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, está parado. Houve quem atribuísse a isso um certo crescimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto. E teve até quem escreveu e repercutiu boatos de que Lula estuda desistir da candidatura.
Em meio à boataria, eis que aparece um fato real: o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força Sindical (SP), é vaiado por petistas em um evento sindical. Irritado Paulinho ameaçou não mais apoiar o candidato do PT e até se encontrou com o tucano Eduardo Leite, que reivindica uma pré-candidatura a presidente pelo PSDB. Eis então que, de repente, não mais que de repente, Lula se encontra com Paulinho, conversam, trocam afagos e desfaz-se o divórcio eleitoral. Aí é o caso de se perguntar. O candidato do PT está mesmo parado? Vamos enumerar:
– Somando o Solidariedade, Lula já montou uma forte aliança em torno de sua candidatura, reunindo sete partidos: a federação PT-PC do B-PV, a federação Psol-Rede, o PSB o partido do Paulinho;
– Além desses partidos Lula se encontrou, nesse período em que disseram estar parado, com políticos de peso do MDB e do PSD que já anunciaram a intenção de apoiá-lo independente do que decidam seus partidos. Teve até aquele jantar em Brasília com 17 senadores;
– Em um mês, o petista realizou atos públicos com o MST em Londrina, o MTST em Sto André, Indígenas em Brasília, estudantes na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), centrais sindicais em SP, e lançamentos das candidaturas a governador de Roberto Requião (PT), no Paraná, e Jerônimo Rodrigues, na Bahia; – Formalizou com PT e PSB a única chapa reunindo o candidato e o vice – ele e Geraldo Alckmin – entre todos presidenciáveis. Foi aprovada por 81% do Diretório Nacional do PT, o que era inimaginável 2 meses atrás;
Enfim, não quero dizer que Lula não tenha problemas. Problemas agora e pela frente, como divisões em sua equipe e no PT, além do próprio crescimento de Bolsonaro nas pesquisas. Mas vamos combinar: é, no mínimo, um exagero, senão um erro crasso de avaliação dizer que o homem está parado e que isto é sinal de uma possível desistência.