Por: Diario de Pernambuco/ Bya Oliveira – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,76, e a socióloga Rosângela Silva, conhecida como Janja, 55, se casaram em São Paulo na noite de ontem, 18. A cerimônia foi reservada a amigos e familiares dos noivos, deixando aliados importantes do político de fora da lista de convidados e interrompeu a programação de articulações políticas do petista junto a possíveis apoiadores de sua campanha eleitoral.
Entre a lista de convidados do evento estavam todos os integrantes da coordenação da campanha eleitoral: a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, o ex-governador Wellington Dias(PT), o senador Jaques Wagner(PT), o ex-presidente da legenda Rui Falcão (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), mas outros aliados como os senadores Renan Calheiros(MDB) e Randolfe Rodrigues(Rede) ficaram de fora da lista.
Antes do casamento, os deputados petistas evitaram fazer comentários relacionados à cerimônia e destacaram que o evento era privado. “É um evento privado, não tem nada a ver com campanha. Você já se casou?”, disse Gleisi, em tom de brincadeira, na saída do hotel Grand Mercure. A localização exata do buffet em São Paulo, que fica em um espaço na Avenida Morumbi, só foi informada na véspera do evento, a partir do acesso a um QR Code presente no convite.
A cerimônia também contou com a presença de convidados não tão próximos de Lula, como o ex-bbb Gil do Vigor e o advogado Augusto Arruda Botelho, filiado ao PSB para disputar a Câmara. Ambos apoiadores do ex-presidente, mas que não têm ligações históricas com Lula.
Lula e Janja têm reserva para a noite de núpcias no hotel Grand Mercure, onde o PT realiza reuniões políticas importantes há mais de uma década. Em abril, o hotel foi palco da reunião em que Alckmin foi sugerido oficialmente como vice do ex-presidente pelo PSB e já abrigou reuniões reservadas do petista com a ex-presidente Dilma Rousseff(PT), que junto a outros convidados, esteve hospedada no Grand Mercure nos últimos dias.
A esposa de Lula, tem se feito bastante presente na campanha do petista ao Planalto. Janja também tem frequentado as reuniões no Instituto Lula e na Fundação Perseu Abramo e em 2021, capitaneou no partido a criação de uma setorial dos Direitos dos Animais. Foi a partir da socióloga que a ideia de reviver o jingle “Sem medo de ser feliz” e apresentá-lo no evento que marcou o início da campanha em maio, partiu. Em suas redes sociais, tratou a gravação como um “presente” a Lula. Ao lado de nomes como Chico Cesar, Martinho da Vila, Paulo Miklos e Zélia Duncan, a socióloga também solta a voz no novo clipe da música. A música Sem Medo de Ser Feliz, de Leonardo Leone, remonta o jingle da campanha petista de 1989, com o refrão “Lula Lá”, de Hilton Acioli.
O casamento foi motivo de uma pequena pausa na agenda da campanha
Na semana anterior, Lula esteve em Minas Gerais para avançar em direção a uma aliança com o PSD, O PT deve retirar a candidatura do deputado Reginaldo Lopes(PT) ao Senado para dar passagem para a reeleição de Alexandre Silveira(PSD). Lopes deve integrar a campanha de Lula, que vai apoiar o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil(PSD) ao governo estadual. Nos últimos dias, o ex-presidente Lula tem ficado em casa. Mas se reuniu com sindicalistas na quinta,12, e recebeu o compositor Caetano Veloso em São Paulo.
O casamento com Janja é o terceiro do ex-presidente, que foi casado com Maria de Loures da Silva nos anos 1970 e com a ex-primeira-dama Marisa Letícia, que faleceu em 2017. Lula conhece a socióloga há décadas, mas o relacionamento começou após a morte de Marisa Letícia. Janja tem um longo histórico de militância petista e participava da vigília de apoiadores ao lado da sede da PF em Curitiba, onde o ex-presidente ficou preso por 580 dias em uma sala de estado maior para cumprimento de pena na Operação Lava Jato.
Nascida no interior do Paraná e formada em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná(UFPR), Janja é filiada ao Partido dos Trabalhadores desde 1983. A socióloga também trabalhou na Itaipu Binacional, em 2003. Na ocasião, já participava de atividades partidárias do então presidente. No Rio de Janeiro, ela também atuou na Eletrobras, antes de retornar ao escritório da Itaipu em Curitiba e pedir demissão em 2019.
Namoro
Foto: CARL DE SOUZA / AFP |