Renata Bezerra de Melo/Folha de Pernambuco
O formato e a data ainda estão sendo preparados. Mas a visita do ex-presidente Lula a Pernambuco, no bojo de um périplo que ele fará pelo Nordeste, será realizada em julho, na primeira ou na segunda semana. O que está no radar é um encontro com o PSB, cujo desenho ainda está sendo pensado e deve incluir reuniões com o governador Paulo Câmara e com o prefeito do Recife, João Campos. O roteiro envolve ainda diálogo com outros partidos e com personalidades da política local, da Cultura, dos movimentos sociais. O senador Humberto Costa está debruçado sobre essa construção. “Vai ser em julho. Estamos preparando a visita toda”, informa. A vinda a Pernambuco estava, inicialmente, projetada para ocorrer antes. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, chegou a ser comunicado pelo deputado federal José Guimarães que o líder-mor do PT desembarcaria em terras pernambucanas. “Inicialmente, já era para ter ido”, pontua Siqueira e completa: “Ele adiou um pouco”. O adiamento, explica Humberto, se deu em função da pandemia. Como a coluna antecipara, ainda no início de abril, uma conversa mais reservada de Lula, cotado para concorrer à presidência da República, com o governador Paulo Câmara já estava projetada como o passo seguinte de uma reconstrução dos laços, cujo primeiro movimento sólido foi uma reunião virtual entre dirigentes e lideranças petistas e socialistas, realizada no último dia 6 de abril.
Na ocasião, Lula acenou positivamente à tese da unidade do campo progressista, que já vinha sendo defendida por Carlos Siqueira em detrimento do perfil hegemonista do PT. Essa troca de ideias online serviu para quebrar o gelo entre as duas siglas após o duro embate de 2020, quando o PT bateu o pé e levou adiante a candidatura de Marília Arraes no Recife, contrariando as tentativas de aliança dos socialistas. Após o referido encontro, Siqueira apontou “deprendimento” de Lula. Na semana passada, à coluna, o dirigente socialista realçou que o PSB defende frente ampla desde as eleições municipais e que “o discurso de Lula”, de ter candidatura em todas as capitais, em 2020, “deu errado”. Então, considera: “Ele (Lula) também mudou”. É com essa flexibilização em curso que Lula chega ao Estado hegemônico no PSB. Pernambuco está para o PSB, em 2022, assim como o projeto presidencial de Lula está para o PT. Daí, essa reaproximação ser selada na Capital pernambucana.