O ex-presidente Lula (PT) afirmou ontem, em Buenos Aires (Argentina), que a América Latina evoluirá caso ele e outros nomes da esquerda vençam as próximas eleições na região. “Se eu ganhar no Brasil, [Gabriel] Boric ganhar no Chile e com o companheiro [Alberto] Fernández aqui na Argentina, as coisas serão melhores na região”, disse a militantes em evento na Confederação Geral do Trabalho.
“Eu não precisaria ser candidato a presidente, eu já tive a sorte de ser presidente e deixar o maior legado de inclusão social da história do Brasil. Foi uma experiência de sucesso. O que está ocorrendo é que a extrema-direita está crescendo no mundo inteiro. Precisamos nos preparar para nos defendermos do fascismo”, disse Lula.
O petista discursou com um tom um pouco mais elevado do que o da noite anterior, na Praça de Maio, desta vez voltado à militância. “Me digam uma obra que o Bolsonaro tenha feito? Não fez nada. Mas o [ex-presidente argentino Mauricio] Macri, sim, tomou emprestado uma dívida enorme e deixou para o Alberto Fernández pagar”, disse Lula, sendo muito aplaudido.
O ex-presidente criticou a imprensa e o Ministério Público do Brasil. “Tentaram destruir a democracia no Brasil” e causaram “a destruição de milhares de postos de trabalho”. “Nós tínhamos acabado com a fome do Brasil, e hoje há brasileiros passando fome”.
Lula afirmou que o acordo entre Mercosul e União Europeia não deve fazer com que a região seja só uma exportadora de commodities, e sim “respeitar nossa aspiração de nos industrializar”. Disse que “toda vez que há uma crise importante, o Estado aparece”. Exemplificou com a atuação dos Estados durante a pandemia do coronavírus.
Agradeceu o “apoio dos argentinos” durante o período em que esteve preso. Afirmou que quando ele, o ex-presidente argentino Néstor Kirchner e demais presidentes progressistas estavam no poder, “a realidade da América do Sul era muito melhor”.