O apresentador Luciano Huck cravou que será o substituto de Faustão nas tardes de domingo na TV Globo durante entrevista no programa “Conversa com Bial” desta terça-feira (15). Huck anunciou na atração que vai assumir as tardes de domingo na Globo. Cotado como um dos presidenciáveis de 2022 e um dos maiores apresentadores do país, Luciano Huck falou pela primeira vez sobre a dúvida entre continuar trabalhando com televisão ou se dedicar integralmente à vida política.
“Acho bom eu deixar a fotografia bem clara e ser o mais franco e o mais sincero possível: eu nunca me lancei candidato a nada, não estaria retirando nada porque nunca me lancei”, afirmou o marido de Angélica, ressaltando ainda que acredito muito na força da TV aberta no Brasil.
“Tenho certeza que eu posso contribuir muito para o país estando nos domingos da Globo e fazendo um programa que se conecte com as pessoas, que ouça as pessoas, que traga a esperança de volta e resgate nossa autoestima. Mas isso não quer dizer que eu tô fora do debate público.”
Huck disse ter conhecido a realidade das diferentes regiões do País após viajar por 21 anos gravando quadros de seu programa, o Caldeirão, exibido aos sábados, o que o teria incentivado a pensar soluções para problemas sociais. No entanto, ele classificou sua trajetória como “mais política do que partidária” e descartou a intenção de tentar chegar ao Planalto ano que vem.
“Eu nunca me lancei oficialmente como candidato a nada, para deixar claro, então não estou retirando uma candidatura”, acrescentou.
O apresentador criticou a tentativa de politização das Forças Armadas pelo atual governo. “Acho arriscado colocar em risco essa relação por projetos pessoais e partidários que se sobrepõem à missão dos militares”, disse, ressaltando que considera esse debate como “muito importante na defesa da democracia”. “Tem um monte de gente hoje que você vê que está na vida pública, que o projeto é pessoal.”
O empresário e apresentador vinha mantendo conversas com ao menos seis partidos desde o ano passado sinalizando uma tentativa de construir uma alternativa às prováveis candidaturas de Jair Bolsonaro (sem partido), à reeleição, e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2021, Huck se aproximou do PSB, com aval do prefeito do Recife, João Campos — cuja tendência é apoiar Lula, após sua relação com o DEM esfriar devido à guinada governista da legenda. O nome do apresentador também foi sondado pelo PSDB, Podemos, Cidadania e PSD, mas nenhum aceno resultou em filiação partidária.
Com a saída de Huck do páreo, o centro, geleia que vai desde Ciro Gomes mais à esquerda, fica com os nomes do ex-ministro, do governador de São Paulo, João Doria (PSDB); do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) – este com mais complicações pela proximidade do DEM com o governo Bolsonaro.
Ainda sobre as últimas eleições presidenciais, Huck não mudou sua posição, revelada em declarações naquele ano, de não apoiar nem Bolsonaro nem Fernando Haddad (PT) no segundo turno e disse que votou em branco. “Não me arrependo”.
Perguntado se repetiria o gesto em 2022, o apresentador evitou citar nomes. “Nesse momento, não estamos falando sobre A ou B. Estamos falando sobre quem defende e quem não defende a democracia. Quem defende estará de um lado e quem não defende estará do outro. E eu estarei sempre do lado da democracia.”(Blog Mário Flávio)