Presidente de honra e fundador do PSL, Luciano Bivar encontrava-se em agenda no Sertão do Araripe, ontem, quando deu-se o incidente com o presidenciável do seu partido Jair Bolsonaro, esfaqueado durante agenda de campanha em Juiz de Fora (MG). O candidato do PSL teria compromisso em Pernambuco na próxima terça-feira. “A cirurgia que ele sofreu é coisa delicada e exige, pelo menos, uma semana de repouso. O evento estava marcado para a terça-feira. Agora, cessa”, informa Bivar. Evita fazer avaliação política ou opinar se a situação terá peso de influenciar no processo eleitoral. Mas faz um contraponto do ocorrido com o discurso empregado por Bolsonaro. Bivar analisa: “O País não pode estar dividido entre brancos e pretos, ricos e pobres, indígenas e civilizados. É aquilo que Bolsonaro fala: tem que acabar com essas coisas. Não precisa ter viés ideológico para administrar o País. Não falta doido por aí”. E sublinha: “Isso não foi engendrado por partido político”. O ataque a Bolsonaro atinge a democracia no Brasil às vésperas de a população ir às urnas. O fato pode vir a representar um chamado à tolerância num País onde a radicalização anda ganhando eco. Entre as defesas que faz em seus discursos, na corrida presidencial, Bolsonaro defende o direito da população se armar. “A arma, mais que a defesa da vida é a garantia da nossa liberdade”, pregara em um evento em Curitiba. Bivar observa que isso é “justamente o oposto” de incentivar o acirramento de ânimos. “Se o cara sabe que ele comentendo um crime desse vai ser punido, não cometeria. Somos o País do alisa a cabeça do cara. Um cara desse tem que pegar 20 anos sem direito a sair”, diz. E cita Rudolf Von Ihering ao afirmar: “a norma jurídica sem coação é fogo que não queima, tocha que não ilumina”. Bivar é incisivo: “Nosso País precisa ter normas efetivamente punitivas. Basta de alisar cabeças de criminosos”. Luciano Bivar cogita embarcar para visitar o presidenciável e aguarda informações para definir como procederá. (Inaldo Sampaio)