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Interlocutores próximos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informaram que o futuro candidato à presidência celebrou a pesquisa do Datafolha divulgada ontem (13), mas que segue acreditando firmemente na possibilidade de reviravoltas até às presidenciais de 2022. As informações foram passadas ao colunista do UOL Fernando Sakamoto, por pessoas do gabinete do petista que afirmam que o discurso não é estratégia política do petista, mas uma postura cautelosa desde que ficou inelegível em 2018.
“É melhor estar na frente do que atrás na tabela. Mas há muitas rodadas até o final do campeonato ainda. Há muitos times que estão contundidos ou ainda não se encontraram, mas que podem surpreender lá na frente. Acreditar que esse resultado vai continuar até o final é subir no salto só para depois cair de cara no chão”, disse um dos entrevistados.
Segundo apontou o levantamento do Datafolha, o ex-chefe do Executivo venceria Jair Bolsonaro (sem partido) no segundo turno da eleição de 2022 por 55% a 32%. No primeiro turno, o líder de esquerda ficaria à frente por 41% a 23%.
Outros fatores contam para uma mudança constante na perspectiva da população sobre a melhor aposta em 2022. A gestão da pandemia da Covid-19 por parte do governo Bolsonaro tem afetado a imagem do atual presidente e já pesa nos resultados preliminares.
“Houve uma degradação da imagem de Bolsonaro junto às classes mais populares. Ele ainda pode melhorar caso o emprego reaja de agora em diante”, afirmou outro interlocutor próximo ao ex-presidente. “Contudo, não tem muito para onde correr. Ele fica batendo na tecla de que o país sofre com as quarentenas, mas nos lugares mais pobres, a vida já voltou praticamente ao normal em termos de isolamento. E nada melhora”, conclui.
Datafolha apontou que a aprovação de Bolsonaro caiu de 30% em março para 24% agora, a pior marca de seu mandato. O retorno do auxílio emergencial em um patamar mais baixo do que no ano passado (R$ 150, R$ 250 ou R$ 375 mensais, sendo que o piso compra apenas 23% da cesta básica em São Paulo, segundo o Dieese) não ajudou o presidente, deixando parte dos trabalhadores informais insatisfeita.
“Bolsonaro está pegando a pecha de presidente incompetente e confuso. Pode mudar essa percepção até a eleição, mas vai ter que se esforçar”, afirmou outro dos ouvidos.