Em Joaquim Nabuco, o feminismo esbarra na realidade. Numa iniciativa improvável, cem mulheres se articulam para denunciar, por meio do WhatsApp, a violência doméstica na cidade da Mata Sul. Mas, se por um lado o direito ao próprio corpo e a independência são conhecidos e divulgados pelas habitantes locais, por outro os abusos ainda são constantes.
Dez anos depois de criada, a legislação que protege as mulheres contra as agressões ainda não alcançou as cidades pequenas. E onde a lei não é cumprida, os direitos titubeiam.
O Centro das Mulheres Joaquim Nabuco precede a Lei. As duas primeiras integrantes se uniram para proteger a si e às outras vítimas em 1989. Sabiam que eram frágeis se permanecessem sozinhas. A polícia estava do lado dos agressores. “Isso se resolve em casa, à noite”, dizia um dos delegados que passou pela cidade. Muitas vezes eles registram as surras como lesão corporal, não violência doméstica.
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