O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa foi recentemente lançado como presidenciável do PSB, porém fez uma afirmação polêmica quando disse que precisava se convencer de ser candidato. Se ele não está convencido de ser candidato como poderá convencer o eleitor a votar nele? Essa dúvida deverá fragilizar sua postulação, mas é apenas um dos problemas que cercam a candidatura dele.
De caráter explosivo, Joaquim Barbosa renunciou ao cargo de ministro do STF numa saída até hoje mal explicada. Mas se ele não aguentou ser ministro do STF que são verdadeiros “deuses”, sem nunca serem contrariados, imagine o cargo de presidente que requer jogo de cintura, capacidade de articulação e convencimento dos seus projetos?
Essa conta não é fácil de ser fechada porque no primeiro questionamento da imprensa, de eleitores ou de adversários ele poderá ter respostas altamente grosseiras bem ao estilo peculiar de Ciro Gomes, o que tende a fazer com que ele perca aliados ao longo da campanha presidencial. Uma eventual vitória dele, o fragilizaria para o governo, uma vez que ele não tem a menor cara de que irá negociar com o Congresso, podendo aumentar consideravelmente a crise política que insiste em permanecer no nosso dia a dia.
A sua candidatura tem sido vista em Brasília muito mais por conta de o PSB barganhar com o PT alguns governos estaduais, como a retirada de Marília Arraes em Pernambuco, do que propriamente um projeto de país. É pouco provável que ele venha transformar essa postulação em competitiva porque mesmo atingindo o discurso da ética, Joaquim tem o telhado de vidro de ser explosivo e isso numa eleição de tiro curto é extremamente complicada a sua manutenção no pleito sobretudo com o advento das redes sociais que servem para levantar nomes e destruí-los em questão de tempo. (Por Edmar Lyra)