Quando o asfalto roncou, em 2013, João Santana, mago do marketing do PT, disse numa entrevista que “os protestos não podiam ser em relação a Dilma.” Autoproclamando-se porta-voz das ruas, Santana afirmou que madame estava a salvo da revolta popular porque seria “honesta”, teria “comando” e estaria “gerindo bem” o governo.
O tripé de Santana —“é honesta”, “tem comando” e “está gerindo bem”— revelou-se uma rematada ficção. A capacidade gerencial de Dilma cabe numa caixa de fósforo. E sobra espaço. Seu comando derreteu em 12 de maio, quando foi exilada pelo Senado no Palácio da Alvorada. Quanto à honestidade, o próprio marqueteiro se equipa para transformar em pó.
O repórter Thiago Bronzatto revela nas páginas de Veja: João Santana e Mônica Moura, sua mulher e sócia, se dispuseram a demonstrar à força-tarefa da Lava Jato que Dilma autorizou, ela própria, as operações de caixa dois que enfiaram dinheiro de má origem na contabilidade de suas campanhas.
Repetindo: o primeiro-casal do marketing não dirá apenas que Dilma sabia da verba que transitava por baixo da mesa. Segundo a dupla, ela comandava o espetáculo. Conforme já noticiado aqui, confirmando-se o impeachment, Dilma descerá à primeira instância do Judiciário como matéria-prima da Lava Jato. Será empurrada para a nova realidade pelo mesmo Santana que ajudou a colocá-la no pedestal.