O dia de ontem foi marcado por uma fake news de que João Campos poderia ser substituído por Tadeu Alencar na disputa pela prefeitura do Recife, alegando que as pesquisas apontavam para uma derrota de João por ser muito novo. Pois bem, se as eleições fossem pautadas por pesquisa a nove meses do pleito não teríamos motivos para realizar eleição. Até agora todas as pesquisas divulgadas apontam João na liderança ou em condição de empate técnico com os que aparecem na primeira colocação. E a eleição, como todos sabem, ainda não está na pauta do povo.
João Campos é um jovem deputado federal, que realmente não tem experiência dos políticos tradicionais como alguns querem dizer, assim como João que nunca governou nada, estão no mesmo rol Daniel Coelho e Priscila Krause, que além de não terem experiência no executivo só estão na política porque são herdeiros de famílias tradicionais. Mendonça Filho, outro pré-candidato, só chegou ao cargo de governador graças ao prestígio de Jarbas Vasconcelos, mas quando teve a caneta e tentou a reeleição foi sumariamente derrotado por Eduardo Campos.
Experiência política não é bem uma característica do eleitorado recifense, que elegeu João Paulo em 2000 sem nunca ter sido sequer secretário, elegeu João da Costa em 2008, que era um desconhecido do eleitorado, e o mesmo aconteceu com Geraldo Julio. O eleitor recifense, sobretudo os dos bairros periféricos, que é a maioria absoluta da população, levará em conta aquela campanha que tiver maiores condições de chegar até sua casa e a de João Campos contará com a força da Frente Popular com seu exército de candidatos proporcionais, a boa avaliação de Geraldo Julio e o legado de Eduardo Campos que ainda está muito vivo na memória e no coração dos pernambucanos e dos recifenses.
O fato de ser jovem e não ter nada que desabone sua conduta, em vez de ser um empecilho, pode ser um fator de propulsão para João Campos, que diferentemente da maioria dos seus adversários, circula com desenvoltura nas redes sociais e por onde anda é reconhecido pelo eleitorado recifense e pernambucano. É bem verdade que a classe média aponta para querer outro projeto, mas ela fez isso com Cadoca em 2004, Raul Henry e Mendonça Filho em 2008, Daniel Coelho em 2012 e 2016 e com Priscila Krause também em 2016. Em todas as ocasiões estes nomes foram derrotados pelos candidatos de maior apelo popular.
João Campos pode perder? Evidente que sim, em política tudo é possível, mas não existe no Recife um sentimento que fortaleça os já combalidos e derrotados nomes da oposição, muito pelo contrário, eles não se entendem e olham somente para o seu próprio umbigo sem se preocupar em apresentar um projeto efetivo de mudança para a cidade. Portanto, João não tem motivos para não disputar a prefeitura do Recife, apesar de ser um nome de continuidade da gestão de Geraldo Julio, é a única candidatura que realmente representa novidade para o eleitor, cada vez mais conectado com as redes sociais e mais antenado para reconhecer as mudanças que a sociedade está exigindo. (Edmar Lyra)