A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento. A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida.
Além da missa e procissão, a tradição católica também tem o costume de enfeitar as ruas com grandes tapetes coloridos que formam desenhos que fazem alusão à figura de Cristo, do pão e do cálice.
Durante toda a manhã desta quinta-feira dedicada à celebração de Corpus Christi, dezenas de jovens ligados à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e de escolas locais, preparam os tradicionais tapetes na Rua Coronel José Ferreira da Silva, em frente à Igreja Matriz de João Alfredo.
Integrantes da Escola Menino Jesus
A tradição da confecção do tapete surgiu em Portugal e veio para o Brasil com os colonizadores. Os desenhos utilizados são variados, mas enfocam principalmente o tema Eucaristia. No Brasil essa tradição foi ampliada, atingindo inclusive comunidades, bairros e até colégios.
Os tapetes confeccionados para a festa de Corpus Christi são feitos de materiais como serragem colorida, borra de café, farinha, areia, tampinhas de garrafas, flores e folhas. ‘É um trabalho que fazemos com muito amor de carinho para com Nosso Senhor Jesus Cristo, além de proporcionarmos à comunidade verdadeiras obras de arte através dos tapetes”, frisa Hallan Wagner, um dos integrantes do Movimento Jovem da paróquia.
Comemoração
A comemoração de Corpus Christi é um dos dez feriados nacionais brasileiros. É nele que os católicos celebram o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo, um dos sacramentos da Eucaristia. A comemoração ocorre após a Festa da Santíssima Trindade, sempre em uma quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição deste sacramento. A data também pode ser calculada pelo domingo de Páscoa, já que é realizada 60 dias depois.A celebração do Corpus Christi teve origem no século 13, mais precisamente em 1243, em Liège, na Bélgica, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Jesus Cristo que apontava não haver festas para honrar esse sacramento.
A Bíblia diz que que durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, ele teria mandado que celebrassem sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho, que se transformariam em seu corpo e em seu sangue. “Através da Santíssima Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado, e se faz alimento para nos dar força para continuar. Jesus nos comunica seu amor e se entrega por nós”, lembra Dom Orani João Tempesta, arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro, em comunicado oficial da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil aos fiéis.
E foi a partir da visão e da cobrança de Jesus, que a freira belga lutou para que houvesse um reconhecimento da data, que mais tarde ficou conhecida como Corpus Christi, quando, em 1264, o papa Urbano 4º consagrou a festa para toda a Igreja a partir da Bula Papal “Trasnsiturus de hoc mundo”.