Na política brasileira a expressão “casamento de jacaré com cobra d’água” é comumente utilizada para descrever a aliança de grupos antagônicos. Nesta eleição, em Pernambuco, este exemplo é claramente identificado na “união” ocorrida entre Jarbas Vasconcelos e Humberto Costa na disputa pelo Senado na chapa encabeçada pelo governador Paulo Câmara (PSB).
Apesar de já ter externado por diversas vezes que não terá dificuldade alguma em pedir o voto casado para Humberto Costa, o candidato a senador Jarbas Vasconcelos não tem conseguido esconder o incômodo de tão árdua tarefa, uma vez que passou boa parte da vida tecendo duras críticas ao presidente Lula, ao PT e até mesmo ao próprio Humberto Costa.
Embora se esforcem pra mostrar unidade e sintonia, Jarbas e Humberto não conseguem imprimir a imagem de que são companheiros de chapa e isso tem sido demasiadamente danoso ao palanque da Frente Popular. Ao invés de somarem, os candidatos a senador da chapa encabeçada por Paulo Câmara têm contribuído para a fragmentação do palanque, prova disso são os constantes anúncios feitos por prefeitos pertencentes a partidos da base em relação ao apoio aos candidatos a senadores da Oposição.
Em uma eleição em que o que está em jogo são duas vagas para o Senado, é fundamental a harmonia entre os postulantes do mesmo grupo político, uma vez que o voto casado garante uma maior competitividade na disputa. Diferente do que acontece com Mendonça Filho e Bruno Araújo, que estão trabalhando em sintonia na conquista do voto, Jarbas e Humberto não têm mostrado nenhuma reciprocidade senão a de fazer pouco caso do companheiro de chapa. (Escrito por Wellington Ribeiro – E-mail: [email protected])