O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a defender, ontem (17), os termos do acordo de delação premiada firmado entre executivos do Grupo J&F e a Procuradoria-Geral da República (PGR). Em Washington para um seminário no Wilson Center sobre o emprego das delações no Brasil, Janot afirmou que “ninguém se sente feliz concedendo imunidade a criminoso, ninguém gosta disso”. Ele também contou os motivos que o levaram a se comprometer em não denunciar o empresário Joesley Batista, que delatou o presidente Michel Temer (PMDB) como suposto beneficiário de propinas do grupo.
O empresário, segundo Rodrigo Janot, exigiu imunidade total em troca da munição de que dispunha contra o peemedebista. “Sopesei o interesse público”, declarou o procurador-geral. “A grande polêmica que se tem hoje no Brasil é a concessão de imunidades a pessoas ricas, que moram aqui em Nova York, não moram no Brasil já há algum tempo (…) essas pessoas (Joesley e outros executivos da JBS) procuraram agentes do Ministério Público para oferecer a possibilidade de um acordo penal. E envolviam altas, altíssimas autoridades da República”, explicou.
Segundo Janot, sua primeira reação foi achar que não era verdade. “Não acredito que isso esteja acontecendo, não pode acontecer, depois de três anos e meio da Lava Jato, com esses números (de prisões e condenações), é inacreditável que a prática continue aberta”, relatou o procurador.
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